Os servidores da saúde de Valparaíso de Goiás estão com seus salários em risco todos os meses até o fim do ano, de acordo com o histórico da Organização Social (O.S.) contratada pelo prefeito Pábio Mossoró (MDB) para terceirizar a contratação de mão de obra e manutenção de setores da pasta.
Contratada desde o início de agosto a Associação Saúde em Movimento (ASM) já atrasou o pagamento deste mês, referente a agosto, dos servidores, por exemplo, que trabalham nas unidades de emergência como Hospital Municipal e CAIS.
De acordo com as últimas informações de contratados, somente alguns trabalhadores da saúde municipal, agora terceirizados, tinham recebido seus salários referente o mês de agosto até o fim desta terça-feira (10), boa parte deles só tinha recebido uma fração dos proventos e alguns ainda não tinha recebido nada. Ainda segundo os relatos, nenhum deles teria recebido o auxílio alimentação.
A O.S., sediada na Bahia, tem um histórico contratações em processos licitatórios fraudados, envolvimento com corrupção, desvios de recursos públicos e calote nos trabalhadores.
Em outubro de 2023, por exemplo, a entidade deixou de pagar servidores e fornecedores de um hospital da Zona Norte de São Paulo porque a Justiça havia bloqueado R$ 1,4 milhões em suas contas, à época, a presidente da entidade, Ana Cláudia Mendonça Vitti, disse em grupo de mensagens formada por servidores que, a quem ela pagou, "Gloria a Deus", mas para que não tinha recebido ainda, não tinha mais nada a dizer.
"A quem eu paguei, Glória a Deus. A quem não consegui pagar, não posso dizer a vocês mais nada. Sei que vocês estão irados, concordo. É comida é salário", disse ela.
Contratada em tempo recorde de apenas 21 dias, entre a publicação do Edital de Concorrência, em 17 de junho recente, e o início de vigência do contrato, em 08 de julho, com um vínculo vigente apenas até o último dia de mandato do prefeito Pábio Mossoró, 31 de dezembro de 2024, a Associação Saúde em Movimento é parte em mais de 1.400 processos, a grande maioria de demandas trabalhistas movidas por enfermeiros, técnicos em enfermagens e médicos, que não receberam seus pagamentos e benefícios.
Além dos trabalhistas, a O.S. é alvo de processos movidos pelos Ministérios Públicos de cidades espalhadas em, no mínimo, quatro estados brasileiros e já foi alvo de operações da Polícia Federal.