O presidente da Ucrânia , Volodymyr Zelensky, aproveitou seu discurso na Assembleia Geral da ONU, nesta quarta-feira (25), em Nova York, para questionar o papel do Brasil como intermediador das negociações de paz entre sua nação e a Rússia, em meio à guerra que se estende há mais de dois anos.
Durante seu pronunciamento, ele duvidou do “real interesse” do governo brasileiro e da China ao tentarem promover um diálogo entre Ucrânia e Rússia.
"Vocês não aumentarão seus poderes às custas da Ucrânia", afirmou ele, enfatizando que "os planos alternativos para acabar com a guerra só dão mais espaço político para que a Rússia continue com o conflito".
O líder ucraniano também acusou a Rússia de planejar um ataque coordenado a usinas de seu país, segundo fontes de inteligência, e alertou sobre o “risco de um acidente nuclear” em Zaporizhzia, central ocupada pelas forças russas.
Além disso, denunciou que o presidente Vladimir Putin está procurando maneiras de “quebrar o espírito ucraniano”, inclusive atacando a infraestrutura energética de seu país.
"A Rússia destruiu todas as nossas centrais térmicas e grande parte da nossa capacidade hidroelétrica. É assim que Putin se prepara para o inverno, na esperança de atormentar milhões de ucranianos. Putin quer deixa-los no escuro e forçar a Ucrânia a sofrer e a ceder", acrescentou.
No discurso, Zelensky ressaltou também que "a Ucrânia quer pôr fim a esta guerra mais do que qualquer outra pessoa no mundo" e que o "primeiro ponto da minha fórmula de paz é a segurança nuclear", mas “nunca aceitará” um acordo de paz imposto. "O mundo compreende o que está em jogo", declarou ele, fazendo alusão a uma nova Chernobyl.