O Ministério Público de Goiás (MP-GO), com o apoio da Polícia Civil (PC-GO), realizou na madrugada desta segunda-feira (18) a Operação Moira, que investiga irregularidades na aquisição de medicamentos e produtos odontológicos por parte da Secretaria Municipal de Saúde de Formosa, cidade goiana do Entorno do Distrito Federal, distante 120 quilômetros de Valparaíso de Goiás.
![](https://jornalopiniaodoentorno.com.br/wp-content/uploads/2021/10/Operacao-Moira.jpeg)
No total foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, além da prisão do proprietário da Pró Saúde Distribuidora de Medicamentos, Francisco Carlos Soares, e do ex-secretário municipal de saúde de Formosa, Tibério Fábio.
Tibério e Francisco Carlos tiveram a prisão temporária decretada pelas fraudes supostamente ocorridas de 2017 a 2019 na Secretaria de Saúde da cidade.
Segundo o MP-GO, a prefeitura teria pago em duplicidade notas fiscais emitidas pela fornecedora. A irregularidade contaria com o aval do ex-secretário. Os investigadores também apontam pagamentos de notas fiscais emitidas pela empresa sem a observância do devido trâmite processual e o envio de dados falsos ao sistema do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) para ocultar as supostas ilegalidades.
A Moira também seria um desdobramento da Operação Capésius, deflagrada em 13 de setembro, que apura fraudes em licitações e superfaturamento na compra de medicamentos e insumos hospitalares identificada pela 6ª promotoria de Formosa.
O esquema desbaratado naquela Operação, que tem similaridades com o que aconteceu em Valparaíso, aponta aponta que empresas, supostamente de fachada e comandadas por um dos empresários presos, adicionavam propostas falsificadas de terceiros e combinavam preços altos para apresentar nas concorrências públicas, predeterminando a vencedora, que no final rateava o valor arrecadado com o superfaturamento entre os “laranjas” e agentes públicos envolvidos.
Conforme um levantamento preliminar feito pela redação, ainda inconcluso, o governo do prefeito Pábio Mossoró (MDB) e da vice Zeli Fritsche (PDT) empenhou mais de R$ 8,8 milhões apenas em 2020 para as empresas investigadas, Mercantil Barreto, Dom Bosco, JA Medicamentos e Pró Saúde. Faltando apurar ainda o que foi negociado com a DoctorMed.
Do valor mencionado, R$ 6.452.816,55 já teriam sido pagos em processos originados, na maioria, em dispensas de licitação e Adesão de Ata, justificadas pela pandemia da Covid-19.
Segundo apurou o Jornal, a Operação Moira já teria a colaboração de um dos empresários presos na Capésius.