É de praxe que todos os servidores municipais comissionados, nomeados por indicações políticas em cargos de confiança e/ou através de processos seletivos temporários, sejam exonerados a cada fim de mandato, porém, como se fosse um adversário, o ex-prefeito de Valparaíso de Goiás, Pábio Mossoró (MDB), deixou para o seu sucessor e correligionário, Marcus Vinícius, essa tarefa que gera desgaste, principalmente com muitos que o ajudaram a ser eleito.

No Diário Oficial do Município, os primeiros atos do novo gestor foram os impopulares decretos 001, 002 e 003 exonerando os servidores comissionados, o 004 revogando a nomeação de alguns concursados em cargos de confiança e o 005, determinando que esses efetivos retornem às suas funções de origem.
Em Cidade Ocidental, por exemplo, o ex-prefeito Fábio Correa (PP) poupou o seu sucessor e aliado, o Lulinha, desse constrangimento e publicou a exoneração dos servidores comissionados no dia 30 de dezembro pelo decreto 697/2024. Em Valparaíso os últimos atos de Mossoró foram publicados faltando ainda quatro dias para o fim do ano, entre eles promulgações de Leis e até prorrogações de contratos.
Já em Formosa, num exemplo inverso, o ex-prefeito Gustavo Marques (Podemos), que se opunha à prefeita eleita, Simone Ribeiro (PL), fez o mesmo que Mossoró em Valparaíso, deixando o ônus das exonerações para a sucessora, como se deixa uma armadilha.
Aliados de Vinícius dizem ter percebido o fato, sem entender, "será que ele (Pábio) acha que o Marcus está devendo a alma para ele? Sem ele provavelmente nós não estaríamos eleitos, é verdade, mas sem o Marcus Vinícius o Pábio também não teria ninguém para segurar os rojões dele", comentou um aliado próximo do atual prefeito, que completou:
"A eleição não foi um presente do Pábio para o Marcus, foi um interesse dos dois".
Eles se merecem