Durante a semana anterior, parlamentares, inclusive da base governista, já vinham deixando claro que o futuro do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) dependeria do tom que ele viesse a adotar durante os manifestos e como previsto e como previsto, não foi bom.
Como em Brasília, em São Paulo o presidente afirmou, por exemplo, que não vai mais obedecer as determinações do Supremo Tribunal Federal (STF) e apontou para o ministro da Suprema Corte, Alexandre de Moraes:
“Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá [suas determinações]. A paciência do nosso povo já se esgotou“, bradou o chefe do Poder Executivo Nacional.
Entre outros arrotos golpistas, Bolsonaro disse que o fim desse embate para ele é ser preso, morto, ou vitorioso, mas completou que nenhum “canalha” o prenderia.
As movimentações políticas foram imediatas, vários partidos convocaram seus diretórios e suas bancadas para reuniões já nesta quarta-feira (8) e o presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco (DEM), cancelou todas as pautas agendadas para esta semana, inclusive a CPI da Covid-19 adiou as agendas desta semana para a próxima.
Em entrevista concedida à CNN Brasil, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, afirmou que a discussão sobre o Impeachment de Bolsonaro se tornou inevitável, e que o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP)vai ter a tranquilidade para tratar do assunto.
“Eu não posso falar por ele [Arthur Lira], mas ele vai ter a habilidade necessária para tratar do assunto, que mesmo que a gente não quisesse, o impeachment [de Bolsonaro] é inevitável“, disse o político.
Para Kassab o Impeachment é traumático, mas a permanência de Bolsonaro por mais um ano à frente do país seria pior, com o potencial de agravar crises importantes, como a econômica e a de saúde:
“Uma democracia jovem como a nossa, mais um processo de Impeachment. Alguns podem pensar que não vale a pena a um ano das eleições, mas nós vamos esperar um golpe? Nós vamos esperar a crise econômica piorar?“, questionou Kassab