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Roteiro do golpe escrito a mão dizia “Lula não sobe a rampa”; veja fotos

Documento que dizia "Lula não sobe a rampa" estava na mesa de braço direito de Braga Netto, na sede do PL

Ex-presidente Jair Bolsonaro e ex-ministro Braga Neto / Foto: reprodução (Presidência da República)

Durante as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado iniciada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, a Polícia Federal apreendeu um documento manuscrito na sede do Partido Liberal, mais especificamente na mesa do braço direito do candidato a vice, general Braga Netto, com o detalhamento de ações planejadas para efetivar o plano chamado “Operação 142”.

O documento previa ações como “linhas de esforço”, “interrupção do processo de transição”, “mobilização de juristas e formadores de opinião” e “enquadramento jurídico do decreto 142 (Advocacia-Geral da União e Ministério da Justiça)”.

Segundo a PF, há tópicos com siglas e jargões próprios do "militarismo, como 'CG Pol' (Centro de Gravidade Político), com a descrição de medidas autoritárias, que demonstram a intenção dos investigados em executar um golpe de Estado para manter o então presidente Jair Bolsonaro no poder: 'Anulação das eleições', 'Prorrogação dos mandatos', 'Substituição de todo TSE' e 'Preparação de novas eleições'".

Documento apreendido pela PF na sede do PL com o planejamento de uma operação de golpe de estado denominada Operação 142 redigida a mão / Foto: Reprodução

O material estava, segundo a PF, na mesa do assessor do general Braga Netto, coronel [Flávio Botelho] Peregrino, em uma pasta denominada “memórias importantes”.

Operação 142

O relatório da PF, tornado público nesta terça (26), por decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, informou que foi encontrado o esboço de ações planejadas da ‘Operação 142’. O material "evidencia a preocupação dos investigados com a possibilidade da existência de uma minuta física relacionada ao art. 142 da Constituição Federal encontrada pela Polícia Federal. O documento é manuscrito".

O nome dado ao documento faz alusão ao artigo 142 da Constituição Federal, que desde a eleição de 2018 é interpretado por Bolsonaro e bolsonaristas como um mecanismo legal para intervenção militar.

"Por fim, sob o tópico EFD Pol (Estado Final Desejado Político), destaca-se o texto 'Lula não sobe a rampa', com a clara alusão ao impedimento de que o vencedor das eleições de 2022 assumisse o cargo da presidência", diz o trecho do relatório da PF.

Para a PF, o documento demonstra que Braga Netto e seu entorno tinham “clara intenção golpista, com o objetivo de subverter o Estado Democrático de Direito, utilizando uma intepretação anômala do art. 142 da CF, de forma a tentar legitimar o golpe de Estado”.

A PF transcreveu em um esquema as informações do manuscrito, veja a seguir:

Transcrição do documento apreendido pela PF na sede do PL com o planejamento de uma operação de golpe de estado denominada Operação 142 redigida a mão / Foto: Reprodução (Relatório da Polícia Federal)

Em declarações públicas, Bolsonaro e Braga Netto negaram envolvimento e participação em tentativa de golpe de Estado.

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