O Procurador de Contas José Américo da Costa Júnior ofereceu nesta quarta-feira (13) Representação no Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás, solicitando uma investigação para apurar possível "sobrepreço / superfaturamento e dano ao erário público" nas obras do Consórcio Anhanguera, em Valparaíso de Goiás.
Lançada em janeiro recente como solução para os problemas de infraestrutura do Setor de Chácaras Anhanguera pelo prefeito Pábio Mossoró (MDB) e sob a execução do secretário de infraestrutura municipal, Marcus Vinícius, a obra de R$ 61,9 milhões já teria levado R$ 23,4 milhões dos cofres públicos, conforme registros conferidos nesta quinta-feira (14), em que parte desse valor teriam sido repassados à empreiteira de maneira incomum, após a paralização dos trabalhos noticiada ainda em junho pela imprensa.
As suspeitas sobre a grande quantia de dinheiro paga pelo governo Mossoró, que resultaram teoricamente apenas em mais buracos e manilhas espalhadas pelas ruas, que ainda conseguiram piorar a vida dos moradores do bairro mais adensado da cidade, são reforçadas pela recente revelação de que a construtora NM LTDA., uma das empresas integrantes do Consórcio Anhanguera, já foi alvo de operações policiais por desvio de recursos públicos compartilhados com políticos acusados de corrupção.
Recentemente, após a revelação de que a prefeitura continuava efetuando pagamentos para a construtora que teria paralisado as obras, alguns movimentos voltaram ser vistos nos locais das intervenções, porém com estrutura aquém de um empreendimento de mais de R$ 61 milhões, com cimento misturado na enxada e carregado com carrinho de mão, conforme denúncia de morador.
Fortalecendo as suposições de desvio de verbas públicas, em um suposto esquema de corrupção que envolveria o prefeito Pábio Mossoró e o secretário de infraestrutura de Valparaíso, Marcus Vinícius, as obras do Consórcio Anhanguera estariam se sobrepondo ao investimento do PAC Anhanguera, de R$ 116 milhões originalmente capitado em 2010, o que poderia servir para driblar a cobrança pelos resultados do Consórcio com a chegada das intervenções federais, o que já estaria sendo investigado pelo TCU (Tribunal de Contas da União).
Consultadas, a assessoria de comunicação da prefeitura e a secretaria municipal de infraestrutura de Valparaíso não se manifestaram.