Os pacotes de açúcar de 21 mil cestas básicas da Prefeitura de Goiânia venceram em junho após os produtos ficarem quatro meses estocados, parados em um galpão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na capital.
De acordo com a Conab, a companhia chegou a alertar a Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social da prefeitura, que comprou e distribui os alimentos para a comunidade carente, sobre o vencimento dos produtos:
"Fomos alertados pelo Eng. Agr. Carlos Lúcio Vasconcelos, responsável técnica desta unidade, sobre o iminente vencimento de alguns produtos (...) o item 'açúcar cristal' expirará seu vencimento em junho", escreveu o Superintendente Regional Substituto da companhia, Gustavo Gonçalves de Oliveira, e correspondência datada de 31 de maio recente.
Na sequência, a Secretaria se manifestou, em 09 de junho, apenas para solicitar a renovação do contrato de armazenamento por mais 90 dias, porém, e um despacho enviado pela Conab no último dia 28 de junho, a companhia informou que não ia se opor a adição contratual, mas voltou a alertar sobre o tempo prolongado que aqueles produtos estavam estocados e novamente sobre a proximidade do vencimento do açúcar.
"Nós não vamos nos opor a renovação do contrato, mas devemos ponderar que: existem aproximadamente 21 mil cestas básicas armazenadas a mais de 90 dias, sendo que neste período a Prefeitura de Goiânia só movimentou 4.000 (quatro mil). (...) O produto açúcar está vencendo no dia 30 de junho de 2022."
O secretário de Desenvolvimento Humano e Social da prefeitura, Nélio Fortunato, alegou que o contrato entre a pasta e a empresa que vendeu as cestas de alimentos foi assinado pelo antigo gestor, já que ele assumiu o cargo há pouco mais de um mês.
"A primeira coisa que fiz ao assumir e ver a situação foi cancelar o pagamento à empresa até que ela troque todo o açúcar vencido. As cestas que estão sendo entregues agora não são as que tinham vencimento em 30 de junho", disse Fortunato ao Jornal Anhanguera da afiliada goiana da TV Globo.
Cada cesta básica estocada contém 15 itens e custou R$ 84,57, em um contrato de R$ 2,2 milhões, dos quais R$ 700 mil já foram pagos pelo antigo secretário e a quitação do saldo restante foi suspensa pelo gestor atual, que disse esperar a troca do item vencido.
