A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil publicou em rede social, nesta quinta-feira (14), declaração em nome da Agência para as Relações com o Hemisfério Sul classificando o programa Mais Médicos como um “golpe diplomático”

Segundo o texto, a iniciativa explorou médicos cubanos, beneficiou financeiramente o governo de Cuba e contou com acobertamento de autoridades brasileiras e ex-funcionários da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde).
"O programa Mais Médicos do Brasil foi um golpe diplomático que explorou médicos cubanos, enriqueceu o regime cubano corrupto e foi acobertado por autoridades brasileiras e ex-funcionários da OPAS. Não restam dúvidas: os EUA continuarão responsabilizando todos os indivíduos ligados a esse esquema coercitivo de exportação de mão de obra" , diz a mensagem.
A manifestação ocorreu um dia após o anúncio de sanções contra brasileiros e ex-funcionários da OPAS envolvidos na implementação do programa. As medidas incluem revogação de vistos e restrições de entrada nos Estados Unidos.
O regime norte-americano justifica a medida pela responsabilização de todos os que, participaram de um suposto “esquema coercitivo de exportação de mão de obra”.
Criado em 2013, no governo Dilma Rousseff (PT), o Programa Mais Médicos foi retomado na atual gestão Luiz Inácio Lula da Silva(PT). O programa tem como objetivo central suprir a carência de médicos em regiões remotas e periféricas, com a contratação de profissionais estrangeiros dispostos, por meio de acordo com a OPAS.
Parte dos médicos veio de Cuba e as principais críticas ao modelo citam que o governo cubano retinha a maior parte dos salários pagos pelo Brasil, enquanto os profissionais recebiam apenas uma fração do valor.
Acusação dos EUA
A acusação de “golpe diplomático” também circula em publicações de usuários de redes sociais, que associam o programa ao Partido dos Trabalhadores e ao Foro de São Paulo.
Essas postagens mencionam trabalho forçado e lavagem de dinheiro sem nenhuma nenhuma comprovação e mesmo contrariando o fato de que uma boa parte dos médicos cubanos contratados pelo programa permaneceram no país.
A OPAS atuou como intermediária no acordo Brasil-Cuba. A declaração da Embaixada norte-americana menciona suposto acobertamento de irregularidades por ex-funcionários da organização, sem detalhar casos ou apresentar alguma evidência.
O posicionamento reflete a linha adotada pelo Regime de Donald Trump em relação a Cuba e a governos de esquerda na América Latina.