O presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) fez nesta terça-feira (1º) o tão esperado primeiro pronunciamento, após a sua derrota no segundo turno das eleições presidenciais realizado no domingo (30).

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Bolsonaro iniciou sua fala agradecendo aos votos que recebeu: "Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro"
, e na sequência contrariou os que esperavam por uma fala pacificadora.
O presidente não fez esforço algum para desmobilizar as manifestações antidemocráticas, que ele disse ser fruto da “injustiça” e estão interrompendo o trânsito em cerca de 267 pontos de rodovias federais e estaduais, reivindicando um golpe militar.
Bolsonaro se limitou, timidamente, a criticar os métodos utilizados por seus aliados, que imitam o que ele classificou como modus operandi da esquerda.
"Os atuais movimentos populares são fruto de indignidade e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicam a população, como invasão propriedade, destruição do patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir."
Ainda com abordagem de campanha e mesmo fazendo parte do chamado Centrão, ala mais fisiológica da política nacional, Bolsonaro se colocou como um outsider, vítima do sistema.
"Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos a pandemia e consequências de uma guerra. Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das 4 linhas Constituição"
, disse ele, que reafirmou o compromisso em seguir cumprindo a legislação. "Nunca falei em controlar ou censurar a mídia ou as redes sociais. Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição"
, completou.
Após a saída de Bolsonaro do local da coletiva, o ministro chefe da casa civil, Ciro Nogueira (PP), disse que o presidente o tinha autorizado a iniciar o governo de transição:
"Nós iniciaremos o processo de transição. O presidente Jair Messias Bolsonaro me autorizou. Quando formos provocados com base na lei, nós iniciaremos o processo de transição"
, disse.