Após propagar declarações negacionistas contra a vacina anti-covid e a comunidade científica, o presidente Jair Bolsonaro concedeu a si próprio a Medalha de Ordem Nacional do Mérito Científico.
A auto-premiação inédita no país e com um ar de deboche, foi publicada nesta quinta-feira (4) no Diário Oficial e oficializou o mandatário da Republica como grão-mestre.
Esta é a primeira vez que a condecoração é destinada a um líder negacionista científico.
Desde o início da pandemia da covid-19, Bolsonaro adotou um discurso beligerante, contra justamente os argumentos e indicações das comunidades científicas a respeito da doença.
Bolsonaro questionou, contrariou e incitou a população a desobedecer as medidas de prevenção recomendadas pelas autoridades sanitárias, como isolamento social, o uso de máscara e a vacinação.
A honraria geralmente é entregue pelo poder público a personalidades, nacionais ou estrangeiras, que contribuíram para o desenvolvimento da ciência, inovação e tecnologia no território brasileiro.
Esta não é a primeira vez que o presidente condecora, se não ele próprio, alguém da família. Em julho, chefe do executivo nacional homenageou a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, com a Medalha de Mérito Oswaldo Cruz, que reconhece esforços no âmbito das atividades científicas, educacionais, culturais e administrativas relacionadas com a higiene e a saúde pública a quem tenha contribuído para o bem-estar da população.
Além de Bolsonaro, o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, foi homenageado com o título de chanceler, enquanto Paulo Guedes, da Economia, recebeu um posto no Conselho de Ordem, assim como os ministros das Relações Exteriores, Carlos França, e da Educação, Milton Ribeiro.