O economista Adriano Pires confirmou, nesta segunda-feira (4), que não vai aceitar a indicação para assumir a presidência da Petrobras no lugar do general Silva e Luna.
Em carta encaminhada ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e divulgada pelo âncora da CNN Brasil, William Waack, o economista agradeceu o convite e reconheceu a dificuldade em conciliar a indicação com sua atuação profissional.
“Ficou claro para mim que não poderia conciliar meu trabalho de consultor com o exercício da Presidência da Petrobras. Iniciei imediatamente os procedimentos para me desligar do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), consultoria que fundei há mais de 20 anos e hoje dirijo em sociedade com meu filho. Ao longo do processo, porém, percebi que infelizmente não tenho condições de fazê-lo em tão pouco tempo”
, escreveu Pires.
Já o Ministério de Minas e Energia afirmou entender as razões de Pires e desejou sucesso na vida profissional do economista. “(…) em decorrência de suas considerações consignadas na carta encaminhada a esta Pasta, compreendemos as razões que o motivaram a declinar da indicação à Presidência da Petrobras. Certo de podermos continuar contando com as suas oportunas contribuições, desejamos continuado sucesso em sua vida pessoal e profissional.”
Ao longo desta segunda-feira, aliados do economista Adriano Pires afirmaram que ele estudava formas de viabilizar sua indicação para a presidência da Petrobras, embora admitissem que a formatação da lei que rege as normas para indicações a cargos em estatais impede “que um nome de mercado”
dirija a petroleira.
A lei aprovada no governo de Michel Temer limita nomeação de executivos que tenham relação ou parentesco com proprietários de empresas que indiquem conflito de interesses, ou que atuem no mesmo setor.
Formado em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Pires já foi superintendente geral e assessor de diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), professor na UFRJ e é fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), em que atua desde 2000 como diretor.
Diante da possibilidade de Pires desistir de assumir a presidência da Petrobras, o nome do secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade, voltou a ser cotado para comandar a estatal.
O auxiliar do ministro Paulo Guedes havia surgido como possível substituto de Joaquim Silva e Luna há duas semanas. Integrantes do governo disseram à CNN Brasil, em caráter reservado, que Paes de Andrade é um gestor, cujo perfil agrada não só o chefe da Economia, mas também o próprio presidente Jair Bolsonaro