Na última sexta-feira (29), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitiu pela primeira vez a possibilidade de firmar um cessar-fogo sem o retorno imediato dos territórios ocupados pela Rússia. O acordo seria condicionado à proteção da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), como estratégia para garantir a segurança da Ucrânia enquanto negociações diplomáticas avançam.
Sob essa abordagem, a Ucrânia estaria disposta a ceder temporariamente as regiões ao leste para acelerar sua entrada na OTAN, conforme explicou Zelensky para o canal britânico Sky News.
Essa ideia foi sugerida anteriormente por Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos. A proteção oferecida pelo “guarda-chuva” da OTAN seria utilizada para impedir o avanço de tropas russas no território ucraniano.
Atualmente, cerca de 20% da Ucrânia está sob controle da Rússia, incluindo as regiões de Donetsk, Kherson, Luhansk e Zaporizhzhia, anexadas por Moscou.
A comunidade internacional não reconhece a legitimidade dessas anexações, enquanto o governo russo afirma que manterá controle sobre essas áreas.
Zelensky declarou estar disposto a trabalhar diretamente com Donald Trump para buscar soluções para o conflito.
“Quero trabalhar com ele diretamente porque há vozes diferentes de pessoas ao redor dele. E é por isso que não podemos [permitir] que ninguém por perto destrua nossa comunicação”, afirmou o presidente ucraniano.
Ele também revelou que, após a vitória de Trump nas eleições presidenciais norte-americanas de 5 de novembro, ainda não houve contato telefônico entre os dois.
O último encontro ocorreu em setembro, durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Zelensky espera apresentar a Trump um novo plano para encerrar a guerra e aguarda sugestões do republicano.