Os dados são da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping

Neste final de ano, a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) estima uma oferta de cerca de 300 mil vagas temporárias. Segundo o diretor institucional da Alshop, Luis Augusto Ildefonso, a maioria das oportunidades é para as funções de atendente e vendedor.
Em entrevista, ele salienta que este quantitativo é a soma das vagas para a Black Friday, Natal e Ano Novo.
De acordo com o diretor, as regiões Sul e Sudeste, pelo histórico de maior concentração de shoppings, apresentam a maioria das ofertas de vagas, porém ele observa que o Norte e Nordeste também devem ter um número expressivo de oportunidades.
Luís Augusto explica que as seleções estão abertas “desde a primeira quinzena de novembro” e seguem recebendo candidaturas. Contudo, as seletivas para atender as demandas da Black Friday estão encerradas. “Já é no final deste mês [de novembro]”, ressalta.
Questionado sobre a média salarial, o diretor institucional da Alshop frisa que a remuneração vai variar "de acordo com as especificações do sindicato de cada estado e cidade".
Engajamento digital
O diretor comenta que os profissionais mais buscados pelos lojistas são aqueles com afeitos às tecnologias sociais.
Sobre isso, o professor da Wyden e mestre em administração e ciências contábeis, Franz Petrucelli, destaca que a integração entre o físico e o digital é uma das principais tendências de trabalho nos shoppings.
"Os shoppings investem em experiências imersivas para atrair o consumidor, e o lojista precisa de funcionários que complementam essa experiência, ou seja, um profissional "híbrido", aquele que tem a empatia do vendedor e a agilidade do profissional de logística para atender a um cliente que transita livremente entre a vitrine física e o software do aplicativo no celular", explica.
Aumento de vagas
Petrucelli menciona que as projeções apontam que a oferta de vagas no fim de ano em 2025 é superior ao ano anterior.
"As estimativas apontam para um cenário de maior otimismo e aquecimento no mercado de trabalho sazonal. A Associação Brasileira do Trabalho Temporário (ASSERTTEM) estima um crescimento de cerca de 7,5% nas contratações temporárias em relação ao ano anterior", indica.
Além disso, o docente salienta que a recuperação econômica e o crescimento moderado do Produto Interno Bruto (PIB) aumentaram a confiança dos empresários do comércio.
"A expectativa de controle inflacionário e, consequentemente, de queda nas taxas de juros (Selic), pode tornar o crédito mais acessível ao consumidor, elevando o poder de compra e o volume de transações no varejo. De certa forma, as empresas estão mais confiantes nas vendas e se antecipando para garantir que terão equipes suficientes para lidar com o forte aumento no fluxo de clientes (físico e online) no final do ano", ressalta.
Desafios dos lojistas para a contratação de profissionais
Apesar da grande oferta de postos de trabalho neste fim de ano, as lojas enfrentam desafios para contratação de profissionais.
Conforme Franz Petrucelli, muitas lojas, especialmente as de menor porte, apresentam dificuldade em competir com grandes redes, no que se refere à faixa salarial e benefícios.
Além disso, ele destaca que a escassez de perfis profissionais específicos também dificulta essa contratação.
"A demanda imediata e sazonal é um grande desafio, pois as lojas precisam de profissionais que estejam prontos para produzir rapidamente. O tempo e o custo investido em treinamento para o profissional temporário, precisam ser mínimos, o que restringe o leque de candidatos que podem ser considerados. Em suma, o principal desafio é encontrar o equilíbrio entre a urgência da contratação, o alto volume de candidatos e a qualidade do profissional", finaliza.








