A foto do prato oferecido como merenda escolar para os alunos da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Ipiranga, em Belo Horizonte, viralizou nas redes sociais.
O registro mostra 1/4 de ovo cozido, um pequeno punhado de arroz, um pedaço de carne ao molho, outro pequeno tanto de folhagem cozida e e denuncia a precariedade da merenda escolar após 5 anos sem correção nos investimentos do governo federal.
A defasagem dos valores pagos pelo Ministério da Educação estaria provocando o racionamento de alimento oferecido pelas escolas públicas aos alunos.
O pai de uma das crianças, o policial Natan Oliveira, contou a um portal subsidiário do UOL, que o filho passou a pedir comida ao chegar em casa, o que não acontecia antes. A prefeitura negou ter havido a redução de alimentos e que vai investigar o caso.
“Depois que vi as imagens (de pratos quase vazios), entendi que não só ele, mas todas as crianças estavam recebendo menos alimentação do que a quantidade ideal.”
Ele disse que a merenda melhorou após a exposição.
Em agosto recente, o governo Jair Bolsonaro vetou a correção da inflação, que havia sido aprovada pelo Congresso para os valores da educação. A justificativa é de que isso pode tirar verbas de outros programas e estourar o teto de gastos. O reajuste também não está previsto no Projeto de Lei Orçamentária.
O custeio da merenda é feito pela União, Estados e municípios, mas, principalmente em cidades pobres, a participação federal é importante.
A inflação da cesta básica, que inclui feijão e verduras, teve alta de 26,75% de maio de 2021 a maio deste ano.
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) atende a 41 milhões de alunos no País. Com o alto número de desemprego, a merenda é a única chance de refeição equilibrada no dia para grande parte das crianças.