A rede de livrarias Saraiva demitiu todos os funcionários na última quarta-feira (20). Cerca de 150 colaboradores foram dispensados. Eles trabalhavam na parte de administração, sede e nas cinco lojas físicas que ainda existem no país.

Considerada a maior livraria do Brasil durante anos, a Saraiva está em recuperação judicial desde 2018. Em meio a uma crise já instalada, a empresa entrou no comercio de produtos eletrônicos, além dos livros, e não conseguiu pagar as contas. O pedido de recuperação notificava dívidas de R$ 675 milhões a mais de mil credores.
Nos últimos meses, a livraria fechou cerca de 30 lojas. As únicas unidades ainda abertas estavam em São Paulo (4) e uma em Campo Grande. As demissões antecedem uma assembleia para votação de uma mudança da sociedade no negócio, convertendo ações preferenciais, sem voto, em ações ordinárias, com voto).
Segundo o último balanço financeiro da companhia, a receita líquida de lojas físicas no segundo trimestre deste ano foi de R$ 7,2 milhões, representando uma queda de 60,2% se comparado ao mesmo período de 2022.
No site, a receita líquida foi de R$ 100 mil, o que representa uma queda de 78,6% em relação ao segundo trimestre do ano passado.
Dois membros do conselho deixaram os cargos nesta semana, alegando a existir uma falsa ata do Conselho de Administração assinada pelo presidente.
"A Companhia se encontra em recuperação judicial e com situação complexa frente ao cenário econômico do varejo brasileiro. Como já apresentado em fatos relevantes a atividade da Companhia reduziu-se expressivamente e, infelizmente, alguns pagamentos, inclusive o de Conselheiros, estão atrasados, o que, provavelmente irá gerar outras renúncias de conselheiros eleitos", disse a empresa na terça-feira (19).