A revista Time destacou na capa da sua última edição a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao cenário político brasileiro.
Em entrevista concedida ao periódico americano no final de março, o petista responsabilizou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, a União Europeia e os Estados Unidos pela guerra em curso na Ucrânia.
Lula, porém, deu protagonismo à Zelenski na motivação do conflito. "Esse cara (Zelenski) é tão responsável quanto o Putin. Porque numa guerra não tem apenas um culpado"
, disse o petista,, que continuou, “(…) o comportamento dele é um comportamento um pouco esquisito, porque parece que ele faz parte de um espetáculo.”
Lula afirmou ainda que, se fosse presidente do Brasil, teria ligado para o presidente americano Joe Biden, para Putin, para a Alemanha e para o presidente da França Emmanuel Macron para tentar resolver o conflito de forma diplomática, desconhecendo os esforços já feitos por essas mesmas personalidades.
"Putin não deveria ter invadido a Ucrânia. Mas não é só o Putin que é culpado, são culpados os Estados Unidos e é culpada a União Europeia. Qual é a razão da invasão da Ucrânia? É a OTAN? Os Estados Unidos e a Europa poderiam ter dito: 'A Ucrânia não vai entrar na OTAN'. Estaria resolvido o problema"
, afirmou o petista.
Em inglês, o título definiu a corrida presidencial deste ano como “o segundo ato de ‘Lula’“, chamado-o de “presidente mais popular do Brasil“.
A matéria assinada pela jornalista Cyara Nugent traça um perfil do retorno do petista à disputa política após passar 580 dias preso no âmbito da operação Lava Jato. Ela cita, por exemplo, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que anulou uma série de condenações da operação e declarou a parcialidade do ex-juiz Sérgio Moro no caso.
Na entrevista à Time, Lula assumiu discurso eleitoral numa analogia de si com o jogador de futebol americano Tom Brady, que ganhou diversos títulos na liga nacional do esporte:
"Ele é o melhor jogador do mundo há muito tempo, mas em cada jogo, seus fãs exigem que ele jogue melhor do que no último. Para mim, com a presidência, é a mesma coisa. Só estou correndo porque posso fazer melhor do que antes"
, afirmou.