Em Valparaíso de Goiás, o governo Pábio Mossoró (MDB) e Zeli Fritsche (PDT) está contratando a vultosa quantia de R$ 24 milhões do serviço de tapa-buraco e a rápida chuva ocorrida na noite da quarta-feira (28) aponta que esse recurso “tem tudo para ir parar no lixo ou na corrupção“.
A falta de como fiscalizar a realização, de medir esse tipo de serviço, é o que torna essa modalidade vulnerável e preferida para os desvios de recursos públicos, segundo especialistas.
"As imagens vistas após essa chuva, tão rápida, não deixa dúvidas de que Valparaíso precisa mesmo é de drenagem (de águas pluviais) e asfalto novo. Essa fortuna de dinheiro público investido em tapa-buracos tem tudo para ir parar no lixo ou na corrupção", disse o Técnico em Estradas, Fabrício Boiadeiro.
Mesmo que rápida, a chuva desta noite causou alagamentos por toda a cidade e deixou para o dia seguinte às imagens dos estragos, muitos deles, a maioria, exatamente onde a Secretaria de Infraestrutura local já tinha atuado, confirmando o caráter “descartável” dessas operações tapa-buraco.
"Essa fortuna (R$ 24 milhões) daria para asfaltar de verdade, ao menos um terço da cidade, uma obra que duraria ao menos uns 4 anos", disse o senhor Estevão, residente no bairro Morada Nobre.
Para a professora do curso de Engenharia Civil da UFES e doutora em pavimentação, "as operações tapa-buraco têm que ser feitas, mas não como solução".
"É preciso casar um projeto de pavimentação com um projeto de drenagem, que ajude as ruas suportar as chuvas e o tráfego", completou a doutora.
Na contramão, o governo Pábio e Zeli está licitando apenas R$ 673 mil para obras de recapeamento, estranhamente com um valor por metro quadrado bem mais barato que o tapa-buraco.
Conforme os documentos anexados nos processos de concorrência, a dupla estaria pagando cerca de R$ 80,90 pelo m² de tapa-buraco e algo em torno de apenas R$ 46,12 pelo m² de recuperação asfáltica, segundo a programação financeira da primeira e o demonstrativo de área da segunda.
Entre os flagrantes da noite, houveram vídeos de situações tensas em que, inclusive, a vida dos cidadãos foram expostas ao risco de morte pela falta das obras que poderiam verdadeiramente resolver o problema.
Consultado sobre o alto valor destinado às operações tapa-buraco e o irrelevante recurso dispensado às obras de asfaltamento, o secretário de infraestrutura de Valparaíso, Marcus Vinícius Ferreira Mendes, não respondeu à redação até o fechamento desta publicação.