O prefeito de Valparaíso de Goiás, Pábio Mossoró (MDB), assinou nesta quarta-feira (29) a revogação do contrato de concessão dos serviços funerários na cidade com a funerária Boa Esperança, cujo o proprietário, Fernando Viana, denunciou um esquema de corrupção na Superintendência de Receita Tributária.

No decreto assinado por Mossoró, são alegadas irregularidades na prestação de serviços, como a negativa para realização de sepultamentos sociais, que para negar o serviço a empresa estaria alegando um suposto desligamento dos serviços e a suposta cobrança de taxas indevidas.
Porém o empresário nega as irregularidades e relata que a Central de Óbitos da cidade, que é subordinada à Secretaria de Desenvolvimento Social, cujo o secretário é o vereador Zé Antônio (MDB), vinha descumprindo cláusulas da concessão, desviando serviços funerários para empresas clandestinas, inviabilizando a operação local.
"A Boa Esperança nunca se negou a atender os sepultamentos sociais como contrato manda, só não tínhamos como, nem era previsto na nossa concessão, a gente ainda pagar taxas de concessionários de outras cidades. E quem descumpria o contrato era a secretaria, que desviava os serviços para outras funerárias que estão até lacradas por serem ilegais"
, exemplificou Viana
Fernando Viana virou personalidade conhecida na cidade após a publicação de vídeos, onde o vereador da base aliada do prefeito Pábio Mossoró e da vice Zeli Fritsche (PRTB), Paulo Brito (PSC), é gravado, supostamente cobrando uma propina de R$ 30 mil, para fraudar a quitação que uma dívida tributária municipal de R$ 187 mil.
Após a repercussão, o empresário ainda concedeu uma entrevista, onde afirmou que o prefeito Pábio havia sido informado do esquema criminoso desde 2019 e que o mesmo teria desconversado, sem tomar nenhuma atitude posterior para desarticular a quadrilha denunciada recentemente pelo Ministério Público.
Nas redes sociais, o ato de Mossoró foi classificado por populares como uma retaliação do prefeito contra o empresário que denunciou o esquema de corrupção, o que teria desarticulado ou prejudicado a prática do crime: "famosa retaliação"
, escreveu um em grupo de moradores em aplicativo de mensagem

Veja a íntegra do decreto:
Ao ser questionado sobre as causas do cancelamento da concessão, o secretário Zé Antônio (MDB) ignorou os meios tecnológicos para fazê-lo e convidou a redação para buscar informações sobre o assunto presencialmente no órgão e informou que a pasta não é responsável pelos processos de trato e distrato da concessão. Já a prefeitura valparaisense informou por e-mail, que a lei 1.596 regulamenta o serviço funerário na cidade e o intuito do ato recente foi de acabar com o monopólio da prestação do serviço aos cidadãos.
Conteúdo atualizado em 01 de julho de 2022, as 22h45, com um resumo da resposta enviada pela prefeitura valparaisense ao Jornal Opinião do Entorno