Teoricamente marcado na opinião pública pelas obras de infraestrutura supostamente caras, mal feitas ou inacabadas, iniciadas e ou prometidas às vésperas de disputas eleitorais, o prefeito de Valparaíso de Goiás, Pábio Mossoró (MDB), passou a ser visto na grande parte dos veículos de comunicação, intensificando uma nova promessa, desta vez a de construir um viaduto na BR040, mesmo sem ter concluído as anteriores, como o Consórcio Anhanguera.
O empreendimento na rodovia é apontado pelos apoiadores de Mossoró como a única grande cartada do gestor para a eleição municipal de 2024, quando o político diz que vai tentar eleger um sucessor, mas também é temido como um possível “tiro no pé”, caso a obra não esteja pronta e entregue ao menos até junho, três meses antes do início da disputa política.
Estudos qualitativos teriam apontado que a imagem de Pábio estaria vinculada a obras como as do Consórcio Anhanguera de R$ 61,9 milhões, lançadas em fevereiro recente com muita pompa, muita propaganda, mas já paralisadas três meses depois, após o envio de R$ 14 milhões dos cofres públicos para a empreiteira e deixando para trás apenas buracos e manilhas espalhadas pelas ruas.
A obra que trata o “caos” na infraestrutura do bairro mais adensado da cidade, que irradia problemas para todo o município, principalmente em dias de chuva, estaria sendo tratado com cimento feito com enxada e carregado com carrinho de mão, mesmo com o investimento sendo financiada com um empréstimo de R$ 70 milhões adquiridos junto ao Banco do Brasil.
Entre este e outros casos, como o asfalto do bairro Ipanema que durou poucos meses, o novo balão de entrada do Valparaíso II, com drenagem das águas pluviais às margens da BR040, amplamente propagandeado às vésperas das eleições de 2020, quando Mossoró foi reeleito, teria virado outra marca negativa da sua gestão, pois não resolveu o problema dos alagamentos na rodovia, que ocorrem toda vez que chove.
Com todo esse histórico ruim, a assiduidade de Pábio Mossoró nos veículos de comunicação, falando do viaduto prometido e que as obras do Anhanguera foram retomadas, mesmo que com cimento feito artesanalmente, aponta para uma estratégia do gestor de tentar convencer a população a acreditar que, após sete anos, dessa vez o desfecho seria diferente, com a conclusão entrega da obra concluída e bem feita.
