A Polícia Civil do Paraná indiciou nesta quinta-feira (14) o agente penitenciário e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) Jorge Guaranho pelo assassinato a tiros do guarda municipal Marcelo Aloízio de Arruda, tesoureiro do PT, no último domingo, 10, em Foz do Iguaçu.

A delegada Camila Cecconello informou que foi imputado ao bolsonarista crime de homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e causar perigo comum.
De acordo com Cecconello, no momento em que Guaranho foi até o local pela primeira vez, ficou muito claro a ‘provocação e a discussão com opiniões políticas‘. No entanto, a Polícia Civil disse que não há provas suficientes de que, quando o agente penitenciário retorna ao local do crime, ele queria cometer um ‘um crime de ódio contra pessoas de outros partidos‘.
“É complicado dizer que o autor queria impedir de exercer os direitos políticos da vítima”
, declarou.
“A gente avalia que, quando ele chegou ao local, ele não tinha a intenção de fazer disparos, [ele] tinha a intenção de provocar. A escalada da discussão acabou fazendo com que o autor voltasse e praticasse o homicídio. Parece mais uma coisa que acabou virando pessoal entre duas pessoas que discutiram por motivação política”
, concluiu a delegada, após apenas 4 dias de inquérito e antes mesmo de receber a conclusão de perícias que ela própria havia solicitado.
O celular do autor do assassinato só foi recolhido para a perícia nesta quinta-feira (14) no mesmo dia da conclusão do inquérito.
Segundo o depoimento da mulher do assassino, Guaranho se sentiu ‘humilhado’ em razão de Arruda ter jogado um punhado de terra contra ele em meio à discussão inicial que tiveram, diz a Polícia.
Guaranho teve sua prisão preventiva decretada na segunda-feira, 11. A Justiça considerou que o agente penitenciário ‘coloca em risco a ordem social’ e que sua detenção cautelar era necessária para evitar ‘reiteração criminosa’. Segundo a Polícia Civil, o indiciado se encontra sedado.
Nesses apenas 4 dias de investigações, a Polícia Civil realizou 18 oitivas de testemunhas sobre o caso, segundo a Secretaria da Segurança Pública e a Polícia Civil do Paraná. Foram colhidos depoimentos de testemunhas que estavam no local onde Arruda foi morto, familiares do guarda municipal e também de Jorge Guaranho. Os investigadores também analisaram imagens de câmeras e informaram terem cumprido ‘diligências complementares’.