A PF (Polícia Federal) investiga esquema de garimpo ilegal que movimentou mais de R$ 250 milhões extraindo cassiterita, minério conhecido como ouro negro, da Terra Indígena Yanomami, localizada entre Amazonas e Roraima.
Batizada com o nome Disco de Ouro, a operação iniciada na 2ª feira (4), é um desdobramento de uma ação deflagrada pela instituição em janeiro de 2022 que investiga garimpeiros e empresários. O cantor Alexandre Pires e seu empresário Matheus Possebon foram alvos.
No total, foram cumpridos 2 mandados de prisão e 6 de busca e apreensão nesta 3ª feira (5.dez) nas cidades de Santarém (PA), Uberlândia (MG), Itapema (SC), São Paulo (SP) e Santos (SP). No litoral paulista, o cantor foi ouvido por agentes policiais e seu empresário, preso. A operação também determinou o sequestro de cerca de R$ 130 milhões de todos os suspeitos.
O inquérito policial indica que o esquema seria voltado para a “lavagem” de cassiterita retirada ilegalmente do território indígena. Depois de removida da área, o minério seria declarado como originário de um garimpo regular no Rio Tapajós, em Itaituba (PA), e supostamente transportado para Roraima para tratamento.
A Polícia Federal identificou transações financeiras que envolvem toda a cadeia produtiva da organização. Pilotos de aeronaves, postos de combustíveis, lojas de máquinas e equipamentos para mineração e pessoas para encobrir movimentações fraudulentas compunham o esquema.
Alexandre Pires teria recebido R$ 1.382.000 de uma empresa que atua com garimpo ilegal. Em nota, a defesa do cantor disse que “nunca teve qualquer envolvimento com garimpo ou extração de minério”.