Um padre do interior de Minas Gerais denunciou a distribuição de panfletos eleitorais com falsas orientações da Igreja Católica sobre os candidatos do 2º turno da eleição presidencial. Segundo o pároco Valmir Teixeira, do município de Itajubá, os folhetins pró-Jair Bolsonaro (PL) eram distribuídos por um grupo durante as missas.
Foto: Reprodução (Wagner Meier – Getty Images)
Ainda de acordo com o sacerdote da Paróquia Nossa Senhora da Soledade, o folheto que menciona “Instruções da Igreja Católica para escolher em quem votar” não foi produzido pela igreja. Após denunciar distribuição do material, Teixeira diz ter sofrido ameaças por telefone.
O religioso relatou ao jornal Estado de Minas que o grupo de apoiadores do presidente esteve entregando o material dentro das igrejas desde a última sexta-feira (21).
Na missa do último domingo (23), o padre teria abordado um grupo com os panfletos, argumentando que eles estariam cometendo crime eleitoral e . Além disso, teria alertado que, para panfletar dentro da igreja, é preciso autorização.
"Cada eleitor tem o direito de escolher seu candidato. Colocar alguma coisa, determinar candidato ou partido, já seria autoritarismo; seria ditadura e não democracia, pois, a igreja é apartidária, a igreja é para todos os cristãos independente de x ou y", afirmou padre Valmir.
O Cartório Eleitoral do município já recebeu várias denúncias, de acordo com o jornal Diário de Minas, além de uma representação do Ministério Público Eleitoral relacionada ao assunto.
Responsável pelo Cartório, Alex Giroto, informou ao veículo que o promotor eleitoral vai analisar se houve crime eleitoral. “O juiz eleitoral vai analisar a questão e determinar medidas relacionadas ao poder de polícia, se for este o entendimento”, explicou.
