A empresa de pesquisas IPOP – Cidades & Negócios foi alvo da Operação Leão de Neméia, deflagrada pelo Ministério Público (MP-GO) com o apoio da Polícia Civil (PC-GO) na manhã da quinta-feira (05) para apurar a venda e divulgação de pesquisas eleitorais fraudadas no estado de Goiás, das quais o candidato à reeleição em Valparaíso de Goiás, Pábio Mossoró (MDB), foi um dos beneficiários.
O promotor eleitoral Douglas Chegury, responsável pela operação, informou que a investigação começou a partir da denúncia de um candidato de Pontalina que foi procurado pelo proprietário da empresa, Márcio Rogério Pereira Gomes, lhe oferecendo a publicação de uma pesquisa com seu nome protagonizando em primeiro lugar pela quantia de R$ 6 mil e ao negar a oferta, recebeu um contraproposta de R$ 2 mil mais algumas cestas básicas.
As suspeitas sobre a atuação da IPOP ainda foram reforçadas a partir da informação na divulgação dos levantamentos, de que a própria empresa teria bancado os custos dos estudos, avaliados em no mínimos R$ 2 mil cada, fazendo o valor total da operação girar em torno de R$ 700 mil no estado, enquanto seu capital registrado na Junta Comercial de Goiás (Juceg) em fevereiro recente foi de R$ 150 mil.
Na coletiva de imprensa concedida na manhã desta sexta-feira (06), Douglas Chegury disse que durante as buscas foi encontrada uma planilha relacionando os candidatos com quem a IPOP – Cidades & Negócios fez negócios, apontados como Parceiros, e que o próximo passo da Operação é ir atrás dos beneficiados pelas pesquisas fraudadas.
Pábio Mossoró é o concorrente em Valparaíso que apareceu em 1º lugar num desses levantamentos feitos pela empresa investigada e publicados pelos sites Jornal Hora Extra e De Minuto a Minuto, ambos de Goiânia e pertencentes à família de um advogado ligado ao prefeito, além dos portais Lupa Política e Dez Minutos, os dois de Brasília. (Matérias convertidas em PDF e anexadas no fim da matéria)
Douglas Chegury esclareceu que os candidatos beneficiados pelas fraudes podem ser alvo de ação de impugnação.
“A apuração tem de ser rápida, já que os prazos são muito curtos, em razão da proximidade do pleito, no dia 15 de novembro”, disse o promotor.
Além de Valparaíso de Goiás com uma pesquisa, outros 348 levantamentos foram feitos pela IPOP em 191, dos 246, municípios goianos.
Também participaram da operação os promotores eleitorais Asdear Salinas, de Iaciara, Guilherme Vicente de Oliveira, de Pontalina, e Lucas César Costa Ferreira, de Silvânia e de acordo com o delegado, Pedro Garcia Caires da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor), foram mobilizadas 4 equipes da corporação com Grupo de Repressão a Narcóticos de Aparecida de Goiânia (Genarc), da Deccor e da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercap), um efetivo de 4 delegados de Polícia Civil e 16 agentes.
O nome da operação é uma referência ao primeiro de 12 trabalhos executados pelo herói mítico grego Hércules, que derrotou o leão que explorava e subjugava a região de Neméia, localizada no Nordeste do Peloponeso.
Veja a lista de cidades em que candidatos usaram as pesquisas fraudulentas do IPOP: