A inflação oficial de preços subiu 0,56% em outubro, ante alta de 0,44% em setembro, segundo dados apresentados nesta sexta-feira (8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). As projeções sinalizavam para alta de 0,53%.
Com a alta, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acumula alta de 4,76% nos últimos 12 meses, desempenho acima do limite da meta definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para este ano.
Somente neste ano, a variação dos preços alcança 3,88%.
De acordo com o instituto, a taxa de inflação em outubro foi puxada principalmente pelos gastos com habitação e alimentos. O grupo de despesas habitação teve alta de preços de 1,49%, influenciada pelo avanço do custo da energia elétrica, que subiu 4,74%, com a implementação da bandeira tarifária vermelha 2, a partir de 1º de outubro.
Já o grupo alimentação e bebidas teve variação de preços de 1,06%, puxada principalmente pelo aumento das carnes (5,81%). Entre os tipos de carne com altas mais elevadas destacam-se acém (9,09%), costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%). Outros alimentos com altas de preços foram tomate (9,82%) e café moído (4,01%).
Segundo André Almeida, presidente do IBGE, as carnes acumulam uma alta de preços de 8,95% desde setembro. "A gente teve um período de seca bem mais intenso, o que prejudica a produção e reduz a a oferta de animais. Além da questão climática, a gente tem uma menor oferta também influenciada por uma menor disponibilidade de abates e também por causa das exportações. As exportações estão maiores que o ano passado e a oferta de carnes no mercado interno ficou mais restrita. Isso contribuiu para essa alta das carnes no mês de outubro também no mês de setembro."
Os transportes foram o único grupo de despesas com deflação de -0,38%. O resultado do grupo foi influenciado por recuos nos preços das passagens aéreas, com -11,50%; trem, com -4,80%; metrô, com -4,63%; ônibus urbano, com -3,51%; etanol, com -0,56%; óleo diesel, com -0,20%; e gasolina, com -0,13%.