O chefe do Palácio do Buriti disse que os americanos deveriam "olhar para dentro" dos EUA antes de falar dos brasileiros, mencionando que em viajem para New York viu ruas "cheias de ratos, urina e drogados"

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), criticou neste sábado (31) o comunicado emitido no dia anterior pela embaixada dos Estados Unidos no Brasil, orientando seus funcionários e cidadãos norte-americanos a não visitarem algumas cidades brasileiras, estre elas quatro Satélites de Brasília, Ceilândia, Paranoá, Santa Maria e São Sebastião.
"Ontem eu vi uma nota da embaixada dos Estados Unidos que tínhamos (aqui no DF) quatro cidades que não recomendava aos turistas ir visitá-las porque não tinha segurança", iniciou o mandatário, que não exitou em defender as forças de segurança da capital nacional:
“Nós temos em Brasília uma segurança muito boa e só temos a elogiar o trabalho que é feito pelo secretário de Segurança, pelas forças policiais do Distrito Federal. Eu ando por todas essas cidades todos os dias e a gente não vê falar de sequestro aqui em Brasília”, afirmou.
Na sequência Ibaneis fez um desafio ao embaixador norte-americano para irem juntos visitar as regiões citadas no alerta, para comprovar a segurança local:
"Eu desafio esse embaixador (dos EUA) a visitar essas quatro cidades (do DF) a hora que ele quiser, do dia ou da noite, para ele ver o que é uma cidade segura e saber valorizar os policiais do Distrito Federal".
O chefe do Palácio do Buriti ainda comentou que esteve em Nova York na semana anterior e descreveu um cenário de sujeira e caos social, sugerindo no fim que os americanos deveriam se preocupar mais com seus problemas: “As ruas estão cheias de rato, urina e drogados. Eu acho que eles (os americanos) deveriam olhar um pouquinho para dentro do que acontece nos Estados Unidos para poder falar da nossa população aqui do Distrito Federal. Eu estou muito tranquilo em relação a isso”, declarou.
Comunicado da embaixada
Na sexta-feira (30), a administração Trump emitiu uma nota endereçada à cidadãos dos EUA e seus funcionários para que não visitem de as quatro satélites do DF e regiões dentro de 160 km das fronteiras entre Brasil, Bolívia, Colômbia, Guiana Francesa, Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela, além de “favelas, vilas, comunidades ou conglomerados”, afim de evitar furtos, roubos de carros e até sequestro.
Cinco cidades dos EUA estão entre as mais violentas do mundo
A fala do governador Ibaneis Rocha, de que os americanos deveriam cuidar mais de seus problemas internos do que apontar para as outras nações, tem base no fato de que os Estados Unidos teriam quatro cidades entre as mais violentas planeta, de acordo com o levantamento da ONG mexicana, Conselho Cidadão para a Segurança Pública e a Justiça Penal, que se baseou em dados oficiais sobre crimes praticados no mundo em 2024.
O levantamento aponta as cidades de Memphis, Baltimore, New Orleans, Detroit e Cleveland estre as mais violentas do mundo, com cerca de um mil homicídios no ano passado, enquanto as quatro cidades satélites do DF citadas no alerta da embaixada só registraram 61 crimes equivalentes no mesmo período