Responsável por um dos períodos mais dominantes da história da Fórmula 1 entre 2014 e 2021, quando sagrou-se heptacampeão e ajudou a Mercedes a conquistar seus oito títulos de construtores consecutivamente, Lewis Hamilton diz que agora, porém, é a vez de Max Verstappen e da Red Bull, e por total mérito dos adversários.
Na temporada 2023, a base em Milton Keynes tem 100% de aproveitamento, com oito vitórias de Verstappen e duas de Sergio Pérez nas dez corridas realizadas até o momento.
O holandês, aliás, já abre 99 pontos de vantagem para o companheiro de equipe, segundo colocado, e caminha não só para ser tricampeão antecipado, como tem tudo para enfileirar quantos recordes estiverem à disposição.
Ao podcast Chequered Flag, Hamilton relembrou as dinastias que marcaram a categoria. “Por muito, muito tempo em nosso esporte, sempre houve grandes períodos de domínio. Eu vivi isso e tive muita, muita sorte por ter sido com essa equipe [Mercedes], Michael [Schumacher] viveu isso, Sebastian [Vettel] viveu isso, e agora é o tempo de Max”, admitiu.
“Não há como dizer por quanto tempo será ou se vamos conseguir colocar o carro na direção certa e lutar contra ele no ano que vem, ou se será a Ferrari”, continuou Hamilton, voltando a falar que a única questão que o incomoda é a falta de competitividade.
“É por isso que tenho dito que quando éramos dominantes, os melhores anos foram quando estávamos lutando, quanto tínhamos disputas acirradas com Red Bull ou quando brigávamos com a Ferrari. Outras vezes, quando a diferença foi um pouco maior, não foram realmente os períodos mais gratificantes”, analisou.
“Mas não há nada a fazer sobre isso, apenas fizemos um trabalho melhor. E é aí que Max está. Ultimamente, ele e a equipe fazem um trabalho melhor que os outros, e não podemos tirar isso deles”, reconheceu o piloto número 44 do grid.
A maior luta de Lewis no momento é ajudar a Mercedes a ter um carro capaz de fazer frente à rival taurina, e Toto Wolff já admite que as atenções estão voltadas para 2024. Mas além do próprio time, o veterano de 38 anos também torce pela evolução das demais escuderias para que as disputas pela vitória não fiquem restritas a apenas duas candidatas.
“Como esporte, temos de trabalhar, temos de conversar sobre como podemos ajustar para sermos melhores no futuro, com corridas mais acirradas, com o pelotão mais próximo, e batalhas acirradas entre Red Bull, Ferrari, Mercedes, Aston Martin seria épico”, disse Hamilton, que chegou a sugerir que houvesse uma data estabelecida para que os times começassem a trabalhar em seus respectivos projetos para a temporada seguinte, evitando, assim, que alguém levasse vantagem sobre os outros.
“É o meu sonho, pois cresci no kart, e eram disputas roda a roda. Não sonho em ter um período dominante novamente, por mim mesmo, vencendo múltiplos títulos consecutivos, mas a esperança é estar pelo menos em batalhas [na pista]”, finalizou.