A primeira noite de desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro teve o destaque da campeã Acadêmicos do Grande Rio, da Unidos da Tijuca e da Estação Primeira de Mangueira.

Segunda a desfilar, a Grande Rio, que defende o título, homenageou Zeca Pagodinho com várias alas sobre as crenças do sambista (São Jorge, Oxum, Ogum, Cosme e Damião) e sua arte. O artista, que veio no último carro alegórico, viu a musicalidade do seu pagode entrando no meio do samba enredo de três maneiras diferentes de “paradinhas”, até com a descolada “batidinha de talher na garrafa de vidro”.

Além de um desfile para lá de alegre, que contagiou o público, o desfile da Campeã ainda teve a rainha de bateria Paolla Oliveira, com fantasia homenageando Ogum.
A Unidos da Tijuca levou para a Sapucaí a cultura e a história da Baía de Todos os Santos, da Bahia. Com uma apresentação lúdica, a escola mostrou sereias, peixes, botos, histórias de pescadores, festas, e lendas da população ribeirinha local.

Juliana Alves veio como Iemanjá e a comissão de frente fez um show a parte, inovando com luzes que apareceram pela primeira vez com o apagar dos refletores da Sapucaí.

Última a desfilar, a Mangueira homenageou às diferentes Áfricas que ajudaram a construir o carnaval na Bahia no encerramento do primeiro dia. Em busca de seu 21º título, a Estação Primeira cantou o enredo “As Áfricas que a Bahia canta”. Na Sapucaí, a escola contou uma história cronológica, desde os cortejos afro-baianos do século 19 até os dias de atuais.
Também passaram pela Sapucaí neste domingo (19) a Império Serrano, a Mocidade Independente de Padre Miguel e a escola Acadêmicos do Salgueiro.
Primeira a desfilar, o Império Serrano festejou a sua volta ao Grupo Especial após dois anos longe da elite. A presença do homenageado Arlindo Cruz sentado em um trono e alas divertidas simbolizando composições criadas ou cantadas por ele foram os destaques para a tentativa de quebra do jejum de 40 anos sem títulos.
A Mocidade Independente de Padre Miguel fez um tributo a Mestre Vitalino (1909-1963) e aos artistas que mantêm vivo legado do artesão pernambucano. As paisagens, matérias-primas e personagens retratadas nas obras dele e dos herdeiros coloriram o desfile técnico. Tons terrosos fizeram com que carros, esculturas e fantasias parecessem ser feitos de barro
Com o luxo que lhe é característico, o Salgueiro apresentou um novo olhar para o Jardim do Éden, com uma representação do Paraíso sem julgamentos. O enredo teve uma homenagem ao carnavalesco Joãosinho Trinta e menções aos sete pecados capitais. O carro abre-alas impressionou pelo tamanho, com seus 100 metros de comprimento e até 20 de altura.
Rainha da Bateria Salgueirense a 16 anos, Viviane Araújo deu destaque aos músicos, ela e eles fantasiados do filme apocalíptico Mad Max.