O ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, participaram neste domingo (22) de uma carreata em apoio à candidata a prefeita pelo partido Solidariedade e desagradaram militantes ideológicos de direita.
Além do seu partido, o Solidariedade, ser presidido nacionalmente pelo sindicalista Paulinho da Força, e estar na base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a candidata Maria Yvelônia também teve um longo relacionamento com o PT como militante do partido de esquerda, tendo sido, inclusive, doadora de uma das campanhas do ex-governador do distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).
Na concentração, por onde os Bolsonaros chegaram até tinha um público considerável, mas muito menos do que o ex-presidente costuma arrastar para seus atos públicos, muitos de Santa Maria, Gama, e Cidade Ocidental, que não sabiam do apoio ao partido ligado à esquerda brasileira, e alguns sim de Valparaíso.
Algumas centenas de carros seguiram a carreata, que foi do Parque Rio Branco até o Céu Azul, formando um percurso preenchido bem menor que os candidatos que lideram e polarizam a disputa pela prefeitura de Valparaíso, Zé Antônio (PL) e Marcus Vinícius (MDB).
Mas foi na dispersão na praça do Céu Azul, onde Bolsonaro subiu num Trio Elétrico para discursar, que a baixa adesão ficou mais evidente. Nessa hora os bolsonaristas de fora, alheios ao contexto, já haviam ido embora ou seguido para Luziânia, onde o “Capitão” também iria comparecer.
"Vocês me conhecem, eu estive 70 dias no QG, três dias na PF, não acho justo, não acho justo o presidente vir e dar apoio a Maria Yvelônia, não acho, porque eu sei o que eu passei e o que eu estou passando até hoje, eu tenho inquérito a responder. Maria Yvelônia tem? Não tem. Ela não me representa, ela não me representa. Então, ou seja, Valparaíso acima de tudo, Deus acima de todos, é o meu grupo, e eu sou 22", disse a militante Iara, se referindo ao Partido Liberal, que no município é a única legenda com candidato viável sem apoio de partidos de esquerda.
A candidatura Solidariedade, por exemplo, recebe o apoio do Partido Socialista Brasileiro (PSB), do vice-presidente de Lula, Geraldo Alckmin.
Nenhuma imagem aérea foi divulgada pela campanha da candidata do Solidariedade, porém fotos independentes mostraram o ex-presidente discursando para poucas centenas de pessoas, que não preenchiam nem mesmo o estacionamento lateral do campo sintético da praça, um local para cerca de 60 carros apenas.
Atentos, as equipes das outras campanhas observaram o evento e avaliaram como baixo o potencial de mudança de cenário para a candidata da legenda de Paulinho da Força.
Veja as relações da candidata a prefeita de Valparaíso de Goiás pelo Solidariedade com o entorno do presidente Lula (PT)