O polêmico retorno ao trabalho presencial dos servidores da educação municipal em Valparaíso de Goiás, sem a adoção de nenhuma medida mínima de segurança contra a contaminação pela Covid-19, coordenada pelo governo local, acabou revelando o abandono ainda maior das unidades de ensino por parte do governo local.
Nem a escola que leva o nome da mãe do prefeito Pábio Mossoró (MDB), CEMEI Maria Marluce Correia Costa, escapou do descaso com os alunos e servidores da rede escolar .
Segundo a professora Edileia, a unidade foi inaugurada no final de julho de 2020 e no dia seguinte a prefeitura retirou tudo da escola, deixando apenas as paredes e, de lá para cá, nada foi feito para preparar o retorno das aulas presenciais:
“A escola foi Inaugurada no ano passado, sem móveis, sem mobília, só usou a mobília para inaugurar e no dia seguinte a mobília foi retirada, e as minhas crianças, tadinhas e os pais das minhas crianças, acham que está tudo lindo lá dentro, ainda bem que não está tendo aula, porque imagina se tivesse aula e eles chegassem lá, com o parquinho que eles viram na inauguração e hoje: ‘Cadê o parquinho tia? Não tem o parquinho meu amor, porque aquela era só emprestado, era de outra escola“, disse a professora.
Edileia é professora justamente no CEMEI Maria Marluce Correia Lopes, que segundo outros servidores, foi inaugurada as pressas, ainda incompleta, supostamente por causa das eleições de 2020, quando Mossoró e sua vice, Zeli Fritsche (PDT), seriam candidatos e acabaram reeleitos.
Conforme os servidores, para além da falta da 2ª dose da vacina contra a Covid-19, o que de fato impede o retorno às aulas é a inexistência de investimento mínimo ou básico da gestão Pábio e Zeli nas escolas.
Ainda segundo eles, os recursos para a educação continuaram entrando no caixa da cidade durante todo período de pandemia e mesmo assim o governo municipal não fez nem o que costuma fazer em tempos normais, tão pouco as adequações necessárias para a garantia da biossegurança dos profissionais e alunos.
“Estão mentindo, enganando a população, as aulas não começaram porquê o senhor prefeito não quis e está jogando a culpa nos professores, nos servidores, que é os servidores que não querem trabalhar, mentira, na minha escola tem mais de um ano que não tem nem lugar para sentar e como o servidor e criança trabalham desse jeito, isso só a gente servidor que sabe, a população não sabe, porque está tudo sendo mentido. Como eu trabalho em uma escola sem uma cadeira para eu sentar? Então foi a gente que não quis começar a trabalhar, ou foi o governo, o prefeito, a prefeitura municipal que não teve interesse em retornar à aulas em tempo hábil“, desabafou Edileia.
Fotos enviadas por servidores para a redação mostram que, diferente das duas escolas apresentadas em reportagem recente da TV Globo local, as outras 45 estão, em sua maioria, destruídas e na escola que leva o nome da mãe do prefeito Pábio, não há nem equipamentos para fazer a merenda escolar, como botijão de Gás, panelas, talheres, geladeira e até o fogão.
Sem confirmação oficial, há informações de que, só agora, um ano e um mês após a inauguração, a prefeitura valparaisense está licitando a compra do mobiliário da escola /creche que leva o nome da mãe do prefeito. Ainda conforme a diretora de unidade, Gilvânia Meneses dos Reis e o Registros da professora Edilene, na quarta-feira (11) o material dos reparos e alguns móveis começaram a chegar.
Consultada sobre a falta de estrutura ou investimento mínimo em praticamente toda a rede escolar municipal, a prefeitura de Valparaíso não se manifestou.
Olá, boa tarde.
Meu nome é Gilvânia Mendes dos Reis.
Em nenhum momento disse que o que recebemos de mobília era emprestado de outras escolas, pois os mesmos vieram diretamente da SME.
Agradeço a atenção e os acréscimos com alguns esclarecimentos.
Sra. Gilvânia,
A palavra ‘emprestada’ tiramos de depoimentos, mas suprimimos ela para lhe fazer gosto, já que não muda o conteúdo.
Grato pela Atenção,
Prezado Carlos,
Exatamente no dia 11/08/2021 recebemos todo o material necessário para os consertos e adequações nas instalações da nossa escola. A professora Ediléia presenciou a chegada dos mesmos e até tirou fotos dos materiais. Na mesma data recebemos cadeiras estofadas, bancos, mesas, bebedouro, etc.
A matéria é visivelmente tendenciosa e deixa propositadamente uma lacuna na verdade dos fatos. É preciso haver transparência e verdade na transmissão das informações.
Segunda-feira pela manhã poderei recebê-lo em nossa escola para que o senhor possa ver o que está sendo feito e possa transmitir uma notícia completa e pautada na realidade.
Sem mais para o momento e até mais.
Sra. Gilvânia,
Obrigado pela participação, suas informações foram adicionadas na matéria como segue:
Sem confirmação oficial, há informações de que, só agora, um ano e um mês após a inauguração, a prefeitura valparaisense está licitando a compra do mobiliário da escola /creche que leva o nome da mãe do prefeito. Ainda conforme a diretora de unidade, Gilvânia Meneses dos Reis e o Registros da professora Edilene, na quarta-feira (11) o material dos reparos e alguns móveis emprestados de outras escolas começaram a chegar.
Consultada sobre a falta de estrutura ou investimento mínimo em praticamente toda a rede escolar municipal, a prefeitura de Valparaíso não se manifestou.
Antes, esse mesmo parágrafo estava assim:
Sem confirmação oficial, há informações de que, só agora, tardiamente, a prefeitura valparaisense está licitando a compra do mobiliário da escola /creche que leva o nome da mãe do prefeito e sobre a falta de estrutura ou investimento mínimo em praticamente toda a rede escolar municipal, o Jornal fez contato com a assessoria de comunicação da prefeitura não se manifestou.
Obrigado novamente pela contribuição !!!
Gratidão!!
Sou Edileia, professora no CEMEI MARIA MARLUCE CORREIA LOPES, compreendo a posição da nossa direção, a qual em nenhum momento foi questinada quanto o profissionalismo e desempenho de gestora a frente da UPE. Reitero os esclarecimentos de que minhas queixas são direcionadas a Prefeitura Municipal de Valparaíso de Goiás e a SME com relação a situações comprovadas do engano à comunidade sobre a real falta de mobília na escola. Isso é FATO, e contra fatos não há argumentos. Eu lamento mesmo esse tipo de realidade, porém não vou fazer de conta que está tudo bem. Quando eu estava na escola no dia 11/08/2021, fazendo o registro de tudo, chegou um pouco de mobília e material de reforma, porém acredito que a ação só ocorreu por conta de queixas registradas por meio de uma mãe da comunidade escolar! E o que chegou não supre a necessidade LATENTE do nosso trabalho. Tenho uma grande admiração e respeito por minha direção, contudo consigo separar as atribuições da SME e município. A gestora da escola fez e faz o possível para bom funcionamento da escola, portanto reeintero que minhas queixas não são dirigidas para á direção da escola.
Meu nome é Jean Mourão, professor da rede municipal a quase 10 anos e acho lamentável que algumas pessoas ao chegar em um cargo de chefia vendam a alma, tirem dinheiro do próprio bolso e chegam a ir de joelhos ao final do arco-íris para tapar o sol com a peneira. Por isso a urgência da Gestão Democrática para eleição de diretores em Valparaíso de Goiás, assim o diretor deixa de ser somente um cargo de confiança por conveniência e passa a ser um agente da comunidade em busca das melhores condições para a sua escola. É impossível esconder que a rede municipal de ensino em Valparaíso está colapsada desde antes da pandemia e agora querem de forma improvisada empurrar os servidores, profissionais da educação como cobaias, em locais sem adequação, sem segurança epidemiológica, sem a D2 no braço e no caso da referida escola sem o mínimo que são as mobílias. É intrigante que uma escola recém inaugurada com a presença de vários políticos esteja hoje sem absolutamente nada, nenhuma mobília, também é vergonhoso uma unidade de ensino como a referida, já apresentar vários danos e problemas de manutenção, depois de tantos anos em construção.
Se tem alguém que precisa se retratar, esse alguém é o Governo Municipal que vende a ilusão de que temos estrutura para o imediato retorno proposto na portaria n°099.
Olá, eu sou professora efetiva do município e atualmente estou na direção escolar do CMEI Maria Marluce Correia Lopes e peço uma retratação da matéria apresentada, pois a mesma apresenta meias verdades quanto a situação da nossa escola.
O trabalho relativo aos consertos e adequações na nossa UPE já começaram e estão a todo vapor, tanto a Prefeitura Municipal, quanto a Secretaria Municipal do Município não foram omissos quanto as condições da nossa escola. As providências já foram tomadas e não cabe falar que nada está sendo feito.
Sra. Gilvânia,
Nosso conteúdo foi trabalhado com as imagens coletadas até o dia 11/Aug/2021. Está explicitado nas legendas das fotos. Fora isso é natural que os trabalhos sejam feitos, “um dia”, mesmo que tardiamente. O conteúdo fala de uma situação “temporal”, vigente até que tudo esteja resolvido como já deveria estar em 02/Aug/2022, quando a grande maioria das redes estava pronta e reiniciando suas operações, independente de ter dardo certo ou não dali para frente. Compreende o ponto de vista? Foi essa a abordagem, por isso nossa avaliação é de que não precisamos, nem devemos, sob o ponto de vista da informação pretendida, aquecer vossa solicitação.
De qualquer forma, muito obrigado pela audiência e conte conosco quando tiver algo positivo para mostrarmos, nós preferimos, mas no momento não temos esse tipo de conteúdo.
GRATIDÃO !!!