A deputada estadual Lêda Borges (PSDB) voltou a ser destacada na imprensa estadual, ao indagar “qual o legado de Caiado” que, por exemplo, justificaria sua candidatura à reeleição.
O questionamento foi feito em entrevista concedida pela parlamentar ao Jornal O Hoje na sexta-feira (04), durante primeira sessão realizada na nova sede da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego).
Lêda Borges pontuou que o “legado de pseudo-honestidade é uma obrigação”, e que agora a sociedade precisa saber quais os efeitos práticos, concretos, da gestão caiadista na infraestrutura, nos programas sociais, na educação, na saúde, na segurança e em todos os seguimentos.
A parlamentar tem sido voz ressonante no estado de Goiás, com críticas bem fundamentadas ao atual governo, encampadas pela sociedade, o que a estaria credenciando na disputa por uma vaga na Câmara Federal nas próximas eleições.
Devido a repercussão em torno do seu nome, Lêda Borges também é mencionada como possível candidata a vice-governadora na chapa do prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, outro assunto abordado pelo jornal.
Veja a entrevista completa:
Jornal O Hoje – Como líder da oposição, qual é a expectativa para a atuação na Assembleia Legislativa ao longo deste ano eleitoral?
Lêda Borges – Nossa posição é a de fazer o comparativo de legado. Todos os anos, esta Casa recebe, do chefe do Poder Executivo, o governador Ronaldo Caiado, uma mensagem. E essa mensagem, durante três anos, foi de coisas negativas, como dívidas. Sabemos que o superávit do orçamento cresceu em 28%. Portanto, nós vamos perguntar ao Caiado qual legado ele está deixando. Porque o legado de pseudo-honestidade é uma obrigação. Agora, cadê o legado na saúde, na educação, na UEG, na infraestrutura, nas rodovias, na execução das obras nas rodovias goianas? Nosso papel será o do contraponto, do que foi feito, e de qual é o resultado verdadeiramente que esse governo está deixando para o povo goiano, seja nos programas sociais, seja na infraestrutura, seja na saúde, seja na educação, seja na segurança pública.
Jornal O Hoje – Em ano de eleição, os trabalhos na Assembleia Legislativa costumam ficar comprometidos por causa das campanhas. Como conciliar?
Lêda Borges – Eu priorizo o meu trabalho parlamentar, porque eu estou no mandato, na minha atividade parlamentar na Casa. Gosto de tribuna e ainda sou líder da oposição. Portanto, tenho que estar presencialmente. O debate presencial é muito diferente do debate virtual.
Jornal O Hoje – O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, já disse publicamente que gostaria de ter uma mulher como candidata a vice em sua chapa nas eleições para governador. A senhora estaria disposta a ocupar a vaga?
Lêda Borges – Estar vice-governadora é uma composição e uma articulação que não depende apenas de mim como política ou como uma deputada estadual. É uma composição partidária, uma articulação maior, que tem como principal articulador o nosso líder, o ex-governador Marconi Perillo. Portanto, pessoalmente, o meu projeto é a candidatura a deputada federal, em uma representação efetiva da minha região, que é o entorno de Brasília, mas também de todo o estado. E eu continuo sempre à disposição do meu partido. O meu nome está à disposição do meu partido.
Jornal O Hoje – A senhora acredita que existe possibilidade de aliança entre Marconi e Mendanha já no primeiro turno ou isso ainda está distante?
Lêda Borges – Isso não é distante, não. Eu vejo isso com muita naturalidade porque o adversário é o mesmo. O que tem de ser avaliado é se já iremos juntos para o segundo turno ou se iremos separados. Acho que essa é a grande pergunta, que será conduzida por meio das pesquisas, no sentido de nos balizarmos para essa decisão. Reforço que nós não estamos distantes porque o nosso adversário é o mesmo.
Jornal O Hoje – A escolha que Mendanha fizer sobre seu novo partido influencia de alguma forma a decisão do PSDB? O Patriota, por exemplo, é uma das opções, e Marconi tem um contencioso com o presidente da legenda, Jorcelino Braga. Isso seria um empecilho?
Lêda Borges – O Marconi não tem contencioso com ninguém. As pessoas é que tem com ele. Não é o Marconi que tem com o Braga. É o Braga que tem com o Marconi. Agora, o líder maior não é o Braga, é o Mendanha. Aí é conversa é entre Mendanha e Marconi.
Jornal O Hoje – Então, para confirmar, o PSDB não teria objeção em se aliar com o Mendanha, caso ele se filie ao Patriota?
Lêda Borges – Eu creio que nós não temos objeção a nada. A única objeção que nós temos é ao Caiado continuar como governador desse estado.