Atingido às vésperas das eleições 2018 por um pedido de detenção intempestivo, sob acusações que acabaram arquivadas pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) pouco tempo depois, o ex-governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), voltou ao cenário político estadual demonstrando que ainda é dono de uma liderança decisiva.
Após aquele pleito, Perillo tirou dois anos sabáticos, segundo ele próprio, para se reorganizar e, mesmo após 3 anos do governo Ronaldo Caiado (DEM), que se empenhou pessoalmente e mobilizou a máquina pública para destruir o adversário, chega nas prévias do processo eleitoral de 2022 habilitado e ileso.
O peessedebista está percorrendo o estado num estilo de “Road Show”, lançado em Valparaíso pela deputada estadual Lêda Borges (PSDB) com o nome Encontro de Líderes, aumentando o seu engajamento e a cada edição.
A última parada do marconismo foi em Catalão no dia 23, com a presença de centenas de lideranças da região.
Internamente, nos levantamentos feitos pelos partidos, Marconi Perillo aparece como preferência para uma parcela importante do eleitorado goiano, inclusive liderando em determinadas regiões, tornando-o decisivo até aqui.
Conforme aliados, se for candidato, o ex-governador tem a experiência de 1998 para buscar uma vitória incerta, mas se optar por atuar nos bastidores, emprestando o seu capital político a uma candidatura também viável, o que está sendo ventilado como mais provável, tem forte perspectiva de sucesso.
De olho nessa possibilidade, que lhe pode ser cara, o caiadismo saiu em campo para convencer apoiadores, por exemplo, de Gustavo Mendanha (sem partido), a se posicionar contra a aproximação com Marconi.
Segundo analistas políticos, o açodamento de anunciar Daniel Vilela como vice em sua chapa, fez Caiado conquistar o apoio de um MDB esvaziado, ao mesmo tempo que liberou Mendanha para apoiar ou receber o apoio do comandante peessedebista, o que fatalmente faria frente à soma do DEM.
Ainda de acordo com esses comentaristas da imprensa, o legado de avanços do Estado de Goiás sob o comando de Marconi, se bem explorado, tem o poder de minimizar a força a máquina pública dirigida por Caiado, que produziu muito pouco e rivalizou em diversos momentos com segmentos da sociedade, como o caso dos servidores públicos.