O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou que voto em Bolsonaro em 2018 foi “um erro” que deve ser analisado para não se repetir e negou qualquer cálculo político-eleitoral em sua decisão de declarar publicamente ser gay.
“Se a população entender que eu posso apresentar um caminho, tem que ser na minha integralidade, sem esconder qualquer coisa“, disse Leite
Sobre Bolsonaro, o peessedebista negou que tenha apoiado a sua candidatura porque não pediu votos em favor do atual presidente, nem fez “campanha casada” ou “misturou nome ao do candidato”, fazendo alusão ao BolsoDoria utilizado pelo atual governador de São Paulo durante a campanha de 2018.
A respeito da agressividade ou perfil intolerante de Bolsonaro, Eduardo Leite apontou que pode ter calculado mal o quanto isso iria interferir em políticas de estado:
“As declarações de intolerância do presidente no passado me pareciam naquele momento que teriam, embora preocupantes, menos espaço para se apresentarem de forma prejudicial ao País, à medida que temos instituições fortes que garantiriam que a posição homofóbica dele não significasse política pública contrária a gays, lésbicas, bissexuais, ou qualquer público homossexual“, afirmou.
“A gente tem que analisar esse erro, aprender com ele para não cometer mais esse erro no futuro“, completou Leite.
Já sobre as insinuações de que a revelação de sua orientação pessoal homossexual seria uma espécie de “busca por holofotes”, Eduardo Leite rebateu que isso era infundado por não saber se o fato seria positivo ou negativo:
“Entendi que era o momento de falar. Não tem qualquer cálculo do ponto de vista político-eleitoral. Aliás, nem sei quais serão os efeitos que isso terá do ponto de vista eleitoral. Talvez não sejam os efeitos positivos que muita gente possa esperar, mas tenha efeito positivo ou negativo, é o que sou, do jeito que sou, apresentado como sou“, justificou ele.
“Não tem nada de errado, nem é algo que mereça ficar escondido. Outros políticos têm, sim, a esconder e escondem… Rachadinha, mensalão, petrolão, superfaturamento em compra de vacinas“, disse Leite.
As declarações do político foram feitas em uma série de reuniões do partido em Brasília, onde ele busca apoio à sua pré-candidatura a presidente da república.