Conteúdo original de Patrícia Lara, para Estadão Conteúdo / CNN Brasil
Índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) caiu 0,1% no mês passado na base mensal, após ficar estável em maio
O dólar voltou a se desvalorizar na comparação com as principais moedas hoje, após a deflação inesperada na economia dos Estados Unidos em junho ajudar a consolidar aposta em alívio nas taxas básicas de juros americanas em setembro.
A queda da moeda norte-americana foi acentuada ante o iene, diante da expectativa de alargamento do diferencial de juros entre os EUA e o Japão, onde o Banco Central do país tem se mostrado propenso a elevar a taxa básica. Houve, ainda, especulações sobre uma possível intervenção do governo no câmbio.
O índice DXY, que mede a moeda americana ante seis rivais fortes, fechou em baixa de 0,58%, a 104,44 pontos.
O índice de preços ao consumidor dos EUA teve deflação de 0,1% em junho, ante previsão de alta de 0,1% no período, com a taxa anual desacelerando a 3%.
A leitura elevou a quase 90% a chance de redução dos juros americanos em setembro, possibilidade que já vinha crescendo nesta semana após depoimentos do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, no Congresso dos EUA.
O alcance dos dados sobre os preços nos EUA ficou evidente em fala da presidente do Federal Reserve (Fed) de São Francisco, Mary Daly. Ela sugeriu que à luz da maioria dos dados recentes de inflação e do mercado de trabalho, está se sentindo mais confiante em flexibilizar a política monetária do país.
O iene saltou ante o dólar, com os operadores passando a debater se o movimento poderia trazer alguma intervenção pelo Banco do Japão para mitigar a alta. No fim da tarde, o dólar cedia a 158,83 ienes.
O euro também recebeu fluxo diante dos dados americanos, ainda que a os preços na Alemanha tenham igualmente desacelerado, deixando desimpedido o caminho para o Banco Central Europeu promover novo corte de juros. O euro subia a US$ 1,0867.
A libra esterlina acompanhou o movimento de fortalecimento do euro. No Reino Unido, o crescimento econômico do Reino Unido em maio levantou dúvidas sobre se o Banco de Inglaterra poderá começar a cortar as taxas de juro em Agosto.
A libra subiu para a máxima de quatro meses face ao dólar amplamente mais fraco após os dados. Os números sugerem que a hesitação dos decisores políticos do BOE em cortar as taxas é justificada, afirmou Derrick Dunne, CEO da YOU Asset Management, em nota.