As emoções que sentimos podem afetar a saúde da nossa pele e a aparência das madeixas, entenda detalhes e redobre os cuidados
“Divertida Mente 2” traz de volta às telas do cinema as emoções alegria, tristeza, medo, raiva e muito mais, todas as emoções, que no filme divertem o público, mas na vidada real, entre outras coisas, influenciam diretamente também a saúde da pele e dos cabelos.
“O sistema nervoso e a pele, assim como seus anexos, foram formados a partir do mesmo folheto embrionário. Isso quer dizer que todos possuem a mesma origem. Dessa forma, não é de se estranhar que toda e qualquer mudança de emoção, tanto positiva quanto negativa, pode afetar a beleza e a saúde da pele e dos cabelos”, explica a dermatologista Dra. Mônica Aribi, sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Mas como cada emoção de Divertidamente 2 afeta a pele e o cabelo?
1. Alegria
A alegria é sinônimo de bem-estar, Quando estamos felizes, nosso corpo libera endorfinas, que promovem o relaxamento e a redução do estresse. Isso resulta em uma pele mais iluminada e cabelos brilhantes. “Esses neurotransmissores melhoram a circulação sanguínea, aprimorando a oxigenação e a nutrição das células da pele, o que pode resultar em uma aparência mais saudável e
radiante. Além disso, ajudam a reduzir a inflamação”, explica a dermatologista Dra. Ana Maria Pellegrini, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e responsável técnica da clínica PELLE.
A profissional ainda acrescenta que manter um humor alegre também traz benefícios aos cabelos. Esse sentimento constante melhora a circulação do couro cabeludo, esses neurotransmissores fortalecem os folículos capilares e promovem o crescimento saudável dos fios. E a relação entre alegria e pele é uma via de mão dupla. “Manter uma rotina de cuidados com a pele é uma excelente forma de autocuidado que pode melhorar a autoestima e o bem-estar geral, contribuindo para um humor mais alegre e estável”, destaca.
2. Tristesa
Enquanto a alegria promove benefícios para a pele, a tristeza pode provocar alguns prejuízos. Segundo a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, quando ficamos tristes, alguns hormônios podem sofrer alteração, como o cortisol, que está relacionado ao estresse.
“Além de favorecer o surgimento de acne e a
inflamação da pele, o cortisol, quando está muito elevado, causa um aumento dos níveis de glicose no sangue, levando a um processo conhecido como glicação, que destrói a fibra de colágeno. O resultado é o envelhecimento precoce da pele”, diz a médica.
Assim como a pele, os cabelos também são afetados pelo cortisol elevado em momentos de tristeza. “Um grande aumento de cortisol diminui a fase de crescimento dos fios, podendo causar uma queda de cabelos acentuada, condição conhecida com eflúvio telógeno”, alerta a Dra. Paola.
3. Ansiedade
“Em momentos de ansiedade, quando há uma aceleração dos batimentos cardíacos e do metabolismo, as glândulas sebáceas entendem que precisam aumentar a lubrificação da pele como forma de defesa. Como resultado, pele e cabelo tornam-se mais oleosos, há maior propensão para o desenvolvimento de acne e os cabelos podem até cair, pois a oleosidade acumula-se na raiz do folículo capilar,
diminuindo a irrigação e oxigenação dos fios”, alerta a Dra. Mônica Aribi. Além disso, a ansiedade também pode levar ao desenvolvimento de condições como a dermatolomania e a tricotilomania, em que o paciente sente a necessidade de cutucar a pele ou arrancar os fios de cabelo, respectivamente.
4. Raiva
Em momentos de raiva, passamos por picos de estresse muito altos, com consequente aumento da pulsação cardíaca, da temperatura corporal e da velocidade da circulação.
“Como a pele e seus anexos são tecidos terminais, onde a circulação demora mais para chegar, é comum que fiquem mal irrigados em momentos de raiva e estresse. Além disso, o
aumento da temperatura corporal faz com que as glândulas sebáceas funcionem de maneira exacerbada. Com isso, notamos um aumento da oleosidadeda pele e dos cabelos, com consequente entupimento de poros e folículos pilosos, o que pode gerar problemas como queda de cabelo, acne e foliculite”, alerta a Dra. Mônica Aribi.
5. Tédio
O tédio pode se manifestar na forma de hábitos que prejudicam a pele e os cabelos, como cutucar espinhas, mexer nos fios, se coçar ou remover “casquinhas” de machucados. “Esses hábitos que parecem inofensivos podem gerar consequências graves. Por exemplo, escoriar a pele pode favorecer a infecção das lesões e levar a um quadro de celulite infecciosa, que precisa ser tratada com antibióticos orais. Tocar
excessivamente o rosto pode levar também à formação de cistos sebáceos, que devem ser retirados cirurgicamente”, diz a Dra. Mônica Aribi.
6. Inveja
Em alguns casos, a inveja pode ser um sentimento que incentiva a realização de procedimentos estéticos. “Algumas pessoas acreditam que vão conquistar o que invejam em outras pessoas se ficarem parecidas com elas. Pode ser simplesmente a aparência, o sucesso profissional ou até um grande amor. Porém, é sempre importante deixar claro que o procedimento apenas é capaz de promover uma
melhora da autoestima, o que pode tornar a pessoa mais confiante e feliz, mas não é garantia de nada mais. Um tratamento estético não irá resolver outros aspectos da vida”, diz a Dra. Paola Pomerantzeff.
7. Vergonha
De acordo com a Dra. Paola Pomerantzeff, certos problemas de pele, principalmente em áreas descobertas, podem gerar sentimentos de vergonha. “Muitas pessoas reparam, ficam olhando e até mesmo perguntam sobre o problema. É constrangedor e desagradável para o paciente, que, muitas vezes, já não se sente bem por ter essa condição”, diz a médica. É uma questão importante, por exemplo, entre pacientes com acne.
“Principalmente o adolescente com acne, no geral, é muito tímido. É comum que cheguem ao consultório e nem mesmo ergam o rosto para falar com o dermatologista. Alguns até mesmo deixam de buscar tratamento por vergonha de expor o problema”, completa a Dra. Mônica Aribi.
8. Medo
Quando o assunto é pele, o medo de envelhecer assola muitas pessoas. “E o medo de envelhecer pode levar a uma busca excessiva por procedimentos estéticos e, em casos extremos, ao transtorno dismórfico corporal (TDC), em que a pessoa tem uma percepção distorcida de sua aparência e busca repetidamente intervenções cosméticas”, diz a Dra. Ana Maria Pellegrini. Em contrapartida, algumas pessoas não
se sentem confortáveis em realizar procedimentos estéticos justamente pelo medo de complicações e resultados artificiais.
“O medo dos procedimentos estéticos é decorrente dos maus resultados que têm sido veiculados na mídia. Mas é um medo importante, pois gera cuidado. No entanto, não há necessidade de temer procedimentos desde que o desejo do paciente esteja dentro da normalidade e o tratamento seja realizado por um médico competente e especializado. Vale prestar atenção especial à oferta de procedimentos por valores muito abaixo do mercado, o que pode ser um sinal de alerta”, aconselha a Dra. Mônica.
Fonte: Dra. Ana Maria Pellegrini : Dermatologista especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), com especialização também em Medicina Estética e Medicina do Trabalho. Dra. Mônica Aribi e Dra. Paola Pomerantzeff.