Pacientes vacinados contra a Covid-19 em Valparaíso de Goiás denunciam falhas, ou no mínimo desorganização, no registro das doses aplicadas na cidade junto ao SUS (Sistema Único de Saúde).
Segundo a jornalista Oliveira, que pediu privacidade do seu nome completo, na sexta-feira (30), quando ela tomou a segunda dose da CoronaVac no Distrito Federal, a primeira recebida em Valparaíso no dia 02 de julho ainda não constava no registro do SUS.
“É porque não lançaram a minha primeira dose no SUS, entendeu? Porque, então, talvez eu vou ter que ir lá (no posto de saúde), mas assim, eu consegui vacinar aqui em Brasília a segunda dose“, disse Oliveira em áudio enviado via aplicativo de mensagens:
A suposta falha e ou desorganização da Secretaria de Saúde valparaisense compromete a confiabilidade da campanha de imunização na cidade e prejudica os cidadãos que precisam comprovar a vacinação com o extrato do Conecta SUS, por exemplo, para a realização de viagens com destinos que exijam o documento.
No acesso pessoal de Oliveira ao Conecta SUS, realizado às 14h30 da sexta-feira, somente a 2ª dose que ela tinha tomado naquele mesmo dia no Distrito Federal havia sido reportado ao Ministério da Saúde, enquanto a recebida em Valparaíso, 28 dias antes, ainda não havia sido registrada.
Recentemente a prefeitura de Valparaíso de Goiás desagradou a população ao restringir a vacinação contra a Covid-19 em um único posto de atendimento, deixando todo o lado leste e o maior bairro da cidade, o Jardim Céu Azul, descobertos.
A justificativa do prefeito Pábio Mossoró (MDB) foi que o ato atendia uma notificação, não apresentada, para organizar justamente os registros, pois segundo ele, a população estaria procurando doses extras para escolher a marca do imunizante. Porém a desorganização demonstrada pelo caso denunciado por Oliveira aponta para falhas na gestão da campanha de imunização local, justamente por falta de registro.
“Algumas pessoas não têm a consciência e a sensatez de poder ter a sua colaboração, então durante esses dois períodos nós estávamos com um posto de atendimento lá no Céu Azul, na Escola Municipal do Céu Azul, e o Drive Thru lá na Etapa C, aí nós recebemos a visita da regional lá de Luziânia, que coordena a região aqui, e não só Valparaíso, como todas as cidades aqui próximo a Brasília, nos fomos notificados pela duplicidade da aplicação de vacina. O que é isso? É o cidadão que tomou a vacina em outro município e veio tomar aqui (novamente) e isso fica registrado no CPF“, disse Mossoró em entrevista à rádio Jornal Metropolitano.
Questionada sobre o assunto, a prefeitura de Valparaíso não se manifestou até o fechamento da reportagem.
