O deputado federal Célio Silveira e o prefeito Pábio Mossoró (MDB) foram vaiados na manhã desta sexta-feira (17), quando o parlamentar esteve na Câmara Municipal de Valparaíso para receber uma Moção de Aplausos.
Sob criticas e suspeitas populares, causadas pela diferença entre o alto volume de recursos que teria enviado para a cidade e a pouca conversão disso em serviços para a comunidade, Célio Silveira tentou defender o prefeito aliado, por sua vez alvo de protestos dos professores públicos municipais, que reivindicam o pagamento do abono referente ao rateio do excedente do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), mas não deu certo.
Já na hora que foram chamados para compor a mesa, Célio Silveira e Pábio Mossoró subiram ao plenário debaixo de gritos de protesto. A dupla também recebeu alguns aplausos de apoio, mas vindos de aliados e empregados do prefeito que vem apresentando baixa popularidade.
"Rateio, rateio, rateio"
, gritavam os professores reivindicando o abono previsto na nova lei do Fundeb.
Na sequencia o presidente do parlamento municipal ameaçou retirar os manifestantes do plenário, caso não cessassem o protesto, porém o clima continuou quente, sem que a medida drástica e inédita fosse tomada.
Quando usou a tribuna, Célio Silveira tentou defender o governo Mossoró, pregou o diálogo, negado justamente pelo prefeito, foi hostil com os professores do município e acabou recebendo mais vaias.
A sessão foi suspensa na sequência, pois, constrangido, o prefeito Pábio Mossoró resolveu receber os professores pela primeira vez para tratar do abono, mas segundo o professor Jean Mourão, foi só para ganhar tempo.
"O prefeito recebeu uma comissão da direção do sindicato, com muita pressão, com o deputado Célio Silveira aqui, ofendendo os servidores, deputado que está sempre votando contra os servidores na Câmara Federal, fez uma fala ofensiva contra os servidores (de Valparaíso)"
, disse o professor Jean, que completou:
"A comissão subiu, o prefeito (Pábio Mossoró) recebeu a comissão, mas só ficou amaciando, amaciando lá, falou que ia conversar com a Rudinele (Nobre, secretária de educação), o doutor Danúbio, que estava lá, ficou de intermediar essa situação do pagamento do abono, que é um direito dos servidores, mas a gente entende que não é o suficiente, a gente entende que o prefeito está querendo ganhar tempo e nós não vamos permitir."