
Participantes da audiência pública na Câmara dos Deputados, realizada pela Comissão de defesa e Direitos das Mulheres, presidida pela deputada federal Lêda Borges (PSDB-GO), em conjunto com a Secretaria da Mulher, concluíram que faltam recursos públicos para colocar em prática as leis que garantem direitos à prevenção e ao tratamento do câncer de mama, o tipo mais comum da doença entre as mulheres brasileiras.
A deputada Delegada Ione (Avante-MG), proponente da audiência, reforçou a necessidade de mais recursos para as políticas oncológicas. “A verba para enfrentamento do câncer foi cortada em 45% entre 2020 e 2023. Realmente um retrocesso, uma realidade que precisamos aprimorar”, afirmou.
Para a representante do Ministério das Mulheres, Josilene Santos, o aumento do orçamento para as políticas oncológicas é vital para colocar em prática as leis. “Você não consegue tirar uma política do papel se não tem verbas. Então, a gente precisa que essas verbas elas venham”, disse Santos.
A presidente da Associação de Mulheres Mastectomizadas de Brasília (Recomeçar), Joana Jeker, defendeu a aprovação do Projeto de Lei 4434/21, do deputado Weliton Prado (Solidariedade-MG), que cria o Fundo Nacional de Enfrentamento ao Câncer (Funcâncer). A finalidade do fundo é gerar recursos para financiar as ações de prevenção, diagnóstico e tratamento contra o câncer.
Outro problema apontado pelos debatedores é a baixa cobertura da mamografia, o principal exame de prevenção e diagnóstico do câncer de mama. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), em 2021, a cobertura média foi de 20% das mulheres na idade recomendada (50 a 69 anos), bem abaixo dos 70% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
“A nossa cobertura mamográfica não é adequada o suficiente para a gente conseguir reduzir mortalidade”, disse a mastologista Paula Saab, que representou a entidade.
Fonte: Agência Câmara de Notícias








