O governo federal já começou a receber as doses para a vacinação contra o coronavírus em crianças de cinco a 11 anos. As vacinas do imunizante da Pfizer, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária para uso nas crianças, chegou ao país na madrugada de 13 de janeiro.
Após a protelação do governo, usando institutos incomuns na incorporação de campanhas de imunização, como consulta pública e audiência, o ministério da Saúde incluiu o grupo no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO). O Brasil tem cerca de 20 milhões de crianças nesta faixa etária.
De acordo com o dados compilados Arpen Brasil (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais), uma plataforma de Transparência do Registro Civil, em 11 de janeiro cartórios registravam 324 mortes de crianças de cinco a 11 anos por Covid-19, no mesmo período em que houveram 77 mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), 30 por causas indeterminadas e 57 mortes súbitas na mesma faixa etária.
Ainda conforme a Arpen, as crianças mais afetadas pela doença foram aquelas de cinco anos, com 65 mortes registradas, seguida pelas que tinham seis anos, com 47 registros, as de 7 e 11 anos, ambas com 46 falecimentos registrados. Crianças de 10 anos totalizaram 43 óbitos, as de nove, 40, e as de oito, 37 mortes.
Esses dados apontam para, um “equívoco” do ministério da saúde sobre a programação da imunização pediátrica no sentido decrescente de idade.
Por outro lado, Estevão Urbano, infectologista da Sociedade Mineira de Infectologia, disse à CNN que “o objetivo de vacinar depois as crianças que talvez tenham até maior risco [de morte por Covid] é porque as pesquisas estão sendo feitas mais tardiamente com foco nessas faixas etárias.”
“Quando você tem uma nova vacina, ela é estudada, demonstra a segurança nos adultos e depois vai reduzindo a faixa etária”
, disse o presidente do Departamento Científico de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).