O morador de Valparaíso de Goiás, Adriano Rodrigues, teve sua fala na tribuna popular da Câmara Municipal local cassada ao cobrar a apuração de denúncias de corrupção na casa.
"Eu tenho aqui em mãos três denúncias sobre quebra de decoro parlamentar, para a nossa tristeza nós estamos vivendo um momento de pior legislatura de Valparaíso de Goiás", iniciou o morador ao abordar o assunto.
"Porquê eu digo isso? Temos 13 vereadores, seis foram denunciados, dois tiveram o mandato cassado, e quatro estão na berlinda ainda, está investigando", continuou Rodrigues.
A base governista, de 12 vereadores aliados ao prefeito Pábio Mossoró (MDB), já teve o vereador Portela (Podemos) cassado por compara de votos, o vereador Paulo Broto (PSC), preso e cassado, acusado de integrar um esquema de corrupção instalado na Superintendência de Arrecadação do município.
Na sequência, os três últimos presidentes da casa, Plácido Cunha (Avante); 2021 e 2022, Flávio Lopes (MDB); 2023, e Alceu Gomes (PL), atual gestor da casa, também estão denunciados. Os dois primeiros por um suposto esquema de contratação de empresas fantasmas e o último por suposta contratação irregular, sem licitação, que também envolveria o primeiro secretário da casa, o vereador Zequinha (PL).
Ainda fora das contas do morador, outro vereador pabista, o Jabá (Avante), também foi denunciado no esquema que levou Paulo Brito à prisão.
"Eu queria questionar a corregedoria e o conselho de ética dessa casa: por que ela não deu continuidade nas duas denúncias que eu fiz de quebra de decoro e também a denúncia que foi feita por uma moradora do Pacaembu, sobre a atual mesa diretora? O que é que aconteceu que não deram nem sequer uma resposta?", continuou questionando o morador.
"Vamos dizer assim, pelo o que eu fiquei sabendo, já até engavetaram essas denúncias, isso é triste, porque as primeiras denúncias que eu fiz, na gestão passada nesta casa, ficou comprovada (pela comissão de sindicância) as irregularidades. Então, se tem irregularidades, tem que ter punição para quem cometeu", continuou.
Quando começou a falar da atual gestão da Câmara, iniciada em 01 de janeiro recente, sobre a falta de abastecimento no portal da transparência, um suposto contrato de mais de Meio Milhão em assessoria jurídica e uma nova reforma no telhado da Câmara, o vereador Zequinha invocou uma questão de ordem, dizendo que o popular não poderia citar o nome dos vereadores, o que foi atendido pelo presidente Alceu Gomes.
"Pela questão de ordem do vereador, no paragrafo 3º, citou o nome do vereador Flávio e questionamentos, então atendendo o regimento interno, a fala de vossa excelência está cassada, fica conforme o artigo 3º, do Artigo 76. Então o senhor se inscreve em uma próxima, durante (após) 180 dias", disse o presidente Alceu Gomes ao dar fim a fala do popular com um certo tom de satisfação na voz comentado pela plateia.
Assista:
Em resposta ao Jornal, o presidente da Câmara, Alceu Gomes, informou que, sobre a contratação de reforma denunciada, o próprio morador teria, segundo o parlamentar, filmado o telhado da casa quebrado, vazando água no terceiro andar, o que justificaria a urgência na contratação da reforma. Os vereadores Paulo Brito, Portela, Jabá, Plácido Cunha, Flávio Lopes e Zequinha não retornaram à redação.
