O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) optou nesta quarta-feira (3) por manter a Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, em 13,75%.

O mercado já esperava essa decisão de manter a taxa inalterada pela sexta vez seguida, apesar da pressão da cúpula do governo Lula, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para reduzi-la. A última vez em que a Selic teve um valor mais alto do que esse foi no ciclo de 19 de outubro de 2016 até 30 de novembro de 2016, quando o índice foi a 14% ao ano.
"Considerando os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75% a.a. O Comitê entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024"
, justificou em comunicado o Copom.
O Comitê destacou a “incerteza” sobre as regras fiscais do governo Lula como um fator de alto risco, bem como as pressões inflacionárias globais.
"Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se uma maior persistência das pressões inflacionárias globais; a incerteza ainda presente sobre o desenho final do arcabouço fiscal a ser aprovado pelo Congresso Nacional e, de forma mais relevante para a condução da política monetária, seus impactos sobre as expectativas para as trajetórias da dívida pública e da inflação, e sobre os ativos de risco; e uma desancoragem maior, ou mais duradoura, das expectativas de inflação para prazos mais longos"
, consta na decisão