O Copom ( Comitê de Política Monetária ) do Banco Central aumentou, nesta quarta-feira (6), sua taxa básica de juros , a Selic , em 0,50 ponto percentual, elevando o índice para 11,25%.
A decisão foi influenciada pelo risco de alta na inflação, possivelmente causada pela pressão do aquecimento da economia, com a alta do PIB e do mercado de trabalho, nos preços.
O contexto fiscal incerto também teria exigido uma postura mais complexa e cautelosa do Copom para estimular a compensação de sua política para conter uma possível, arriscando o efeito colateral de frear o ritmo de recuperação do consumo a curto prazo.
“Isso tudo demonstrará que o COPOM permanece tendo como prioridade o combate à inflação, o que consequentemente traria credibilidade ao Brasil. Essa conjuntura, no Brasil, pode exigir ajustes nas políticas monetárias e mudanças no controle de inflação, impactando o custo do crédito, o consumo e o crescimento econômico”, analisa Sidney Lima, Analista CNPI da Ouro Preto Investimentos.
Já no cenário global, um dólar forte, mais caro, pode reduzir o ritmo de crescimento das economias emergentes, afetando o comércio internacional e a demanda por commodities, com reflexos diretos no Brasil, dada sua dependência de exportações de produtos básicos.
Dentro dessa incerteza, teria entrado a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos da América.
Segundo o Copom, "o ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed".
Sobre a política fiscal do Brasil, o Comitê assinalou que está mantendo “a atenção nos desenvolvimentos recentes da política fiscal, que impactam a política monetária e os ativos financeiros.
"A percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal tem afetado, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco e a taxa de câmbio. O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida, com a apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal, contribuirá para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária", disse o comunicado.