A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta terça-feira (29), na Itália, pela polícia local. A informação foi confirmada pela Polícia Federal confirmou em nota divulgada à imprensa.

"Autoridades italianas prenderam na tarde desta terça-feira (29), em Roma, uma brasileira que se encontrava foragida no país. A medida é resultado de cooperação policial internacional entre a Polícia Federal, a Interpol e agências da Itália", disse a PF.
"A presa era procurada por crimes praticados no Brasil e será submetida ao processo de extradição, conforme os trâmites previstos na legislação italiana e nos acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário."
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), apresentou uma versão diferente.
Em vídeo publicado em suas redes sociais, Cavalcante afirmou que foi Zambelli quem se entregou à polícia italiana. Segundo ele, a deputada vai "começar seu pedido de asilo político, bem como de não extradição".
“Não vou voltar oa Brasil pra cumprir pena no Brasil. Se eu tiver que cumprir qualquer pena, vai ser aqui na Itália, que é um país justo e democrático”, afirmou a parlamentar em um vídeo publicado em suas redes sociais.
Porém uma fonte locam, com conhecimento do caso, disse à BBC News Brasil em caráter reservado, que a deputada foi presa perto do apartamento onde ela estava morando em Roma, localizado em um bairro afastado do centro, a pouco mais de 11 quilômetros do Coliseu. O local é um conjunto de apartamentos de classe média.
Zambeli foi condenada a dez anos de prisão e à perda de mandato pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por invadir sistemas de mandados judiciais do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com o auxílio de um hacker. A deputada sempre negou as acusações.
A prisão da parlamentar foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes após ela deixar o país, a pedido da Procuradoria-geral da República (PGR), e seu nome estava na lista de procurados da Interpol. O Ministério da Justiça também já havia entrado com o pedido de extradição.
Carla Zambelli estava na Itália desde o início de junho, afirmou ser uma “exilada política” e que é alvo de uma suposta “perseguição”.
Ela também argumentou que estaria protegida de ser extraditada por ter cidadania italiana, embora especialistas tenham contestado sua avaliação.
Zambelli também afirmou que enfrenta problemas de saúde e que “não sobreviveria à prisão”.
A deputada pediu licença de seu mandato no início de junho, quando já era considerada foragida, e o prazo se esgota em 2 de outubro.
Procurada pela BBC Brasil, a defesa da deputada Carla Zambelli não se manifestou até o momento do fechamento da reportagem.