Diante do impasse para fechar aliança com o PT em Estados chaves, a cúpula do PSB decidiu se movimentar em outra direção, e pode oferecer o seu suposto “trunfo”, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ao PDT de Ciro Gomes.
Dirigentes do PSB procuraram o comando pedetista e marcaram um almoço para a próxima semana, em São Paulo, na tentativa de abrir esse novo canal de negociação.
Sem partido desde que deixou o PSDB no último dia 15, Alckmin prefere entrar no PSB e ser vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto em 2022. Mas, como a cada momento surge um problema, tanto ele como os líderes da sigla saíram em busca de alternativas.
Entre os petistas, o movimento do PSB é visto com ceticismo, pois tudo pode não passa de um jogo de cena do grupo do presidente da legenda, Carlos Siqueira, para valorizar o passe do partido.
Siqueira tem dado declarações duras desde o último encontro com Lula, há 13 dias. Disse, por exemplo, que o PT precisa decidir se seu objetivo é “formar uma frente ampla” para derrotar o presidente Jair Bolsonaro (PL) e eleger Lula, ou apenas “disputar os governos nos Estados” e tratar como adversário quem pode ser seu principal aliado.
A ideia é dar um ultimato ao PT e mostrar que os socialistas não pretendem abrir mão de candidaturas próprias em todos os estados definidos como “joias da coroa”. Nas conversas, acenam com a hipótese de montar uma federação e casar de papel passado com o PDT, o PV e a Rede até as eleições de 2026. Fundadora da Rede, a ex-ministra Marina Silva, que amargou derrotas na últimas três disputas presidenciais, tem se aproximado de Ciro, embora deteste o marqueteiro da campanha, João Santana, autor de agressiva estratégia contra ela em um passado não muito distante.
"Esse negócio do PSB com o PT não tem como dar certo, mesmo porque Lula, com 46% (das intenções de voto), acha que já está com a mão na taça"
, disse ao Estadão o presidente do PDT, Carlos Lupi. "Nós vamos conversar. Acho que o PSB tem muito mais afinidades com o PDT."