O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta semana uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para atuação das Forças Armadas nos aeroportos e portos do Rio de Janeiro e São Paulo, em uma ação que teria o potencial de ser alvo de críticas da oposição bolsonarista.
A estratégia planejada pelos parlamentares aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) era questionar a “intromissão” do governo federal na segurança pública. No entanto, o ex-mandatário optou por ouvir a sugestão de aliados militares da reserva, que o aconselharam a evitar o ataque.
Segundo esses conselheiros de Bolsonaro, as críticas à GLO poderiam ser interpretadas como ataques às Forças Armadas e, ao mesmo tempo, poderiam aproximar a população do governo federal.
A ofensiva poderia chamar a atenção para um movimento do governo que pode ser interpretado também como um ato de reforço à segurança pública.
Bolsonaro chegou a afirmar que uma forma de questionar a GLO seria argumentar que o governo federal estava limitado apenas aos aeroportos e portos, enquanto milicianos e traficantes atuam nas comunidades e favelas.
No entanto, ele foi convencido de que esse tema poderia dividir sua base. Além disso, o foco poderia dar palco para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB-MA), que é visto como um dos poucos do PT que se comunicaria bem e pleiteia uma vaga no Supremo tribunal Federal (STF).
Convencido, Bolsonaro instruiu os parlamentares bolsonaristas a concentrarem seus esforços em outros tópicos, como a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, bem como a polêmica em torno do déficit zero, a fim de criticar o governo de Lula.
