Com o avanço das investigações sobre denúncias de negligência na condução da pandemia do novo coronavírus e agora de irregularidades na compra de vacinas contra a covid-19, a popularidade do presidente Jair Bolsonaro caiu ao seu patamar mais baixo desde que tomou posse, aponta pesquisa realizada pelo Instituto MDA, contratada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT)
Questionados de que maneira avaliam o governo do presidente Jair Bolsonaro, se ótimo, bom, regular ou péssimo, a porcentagem de pessoas que responderam ruim ou péssimo subiu de 35% para 48,3% de fevereiro para julho. Outros 22,7% consideram a administração regular. e a avaliação positiva do governo, quando o entrevistado diz considerar a gestão ótima ou boa, caiu de 33%, em fevereiro de 2020, para 27,7% em julho deste ano. Essa queda levou a aprovação para o pior patamar desde o início da atual gestão, em janeiro de 2019.
As entrevistas feitas entre 1º e 3 de julho, nas quais se baseia a pesquisa, foram realizadas após a revelação de suspeitas de corrupção envolvendo a compra de vacinas. Na sexta-feira (2) o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a Procuradoria-Geral da República (PGR) a investigar se Bolsonaro prevaricou no caso da compra da vacina indiana Covaxin. A suspeita é de que ele não comunicou aos órgãos de investigação indícios de irregularidades na aquisição do imunizante pelo Ministério da Saúde.
Na mesma linha, também cresceram nos últimos meses os movimentos de rua pedindo o impeachment de Bolsonaro. Neste sábado (3) atos foram registrados em todas as capitais com o nome de “ForaBolsonaro”. Os organizadores contabilizaram ações em 347 municípios no Brasil e em 16 países do exterior. Foi a terceira manifestação em um período de dois meses. Os manifestantes pedem o afastamento do presidente, a retomada do auxílio emergencial de R$ 600 e a vacinação em massa da população.
A Câmara também recebeu, na semana passada, o chamado “superpedido” de impeachment de Bolsonaro, assinado por movimentos e partidos de esquerda, siglas de centro, centro-direita e ex-bolsonaristas, com 46 assinaturas e 271 páginas.
Com esse cenário, a aprovação pessoal de Bolsonaro também caiu, indo de 43,5% para 33,8%. Nessa pergunta, o instituto questiona as pessoas consultadas se elas aprovam ou desaprovam o desempenho pessoal do presidente da República. A rejeição subiu de 51,4% para 62,5% no mesmo período. Ou seja, a quantidade de reprovação superou a de aprovação.