Certamente esta não era a repercussão que o presidente do MDB Goiás, Daniel Vilela, e o governador Ronaldo Caiado (DEM) esperavam receber com o anúncio da união entre ambos para as eleições 2022.
Em sua rede social, Daniel Vilela foi duramente e majoritariamente criticado pela decisão de coadjuvar a tentativa de reeleição de Caiado.
Na primeira postagem após o anúncio, o dirigente partidário parece ter tentado amenizar e testar a reação dos seus correligionários compartilhando um foto do seu pai, o ídolo emedebista Maguito Vilela, morto no início do ano em decorrência de complicações da Covid-19. Mas não deu certo, a maioria absoluta das reações foram negativas.
Com 42 anos, o eleitor goiano Carlos Henrique, que disse sempre ter votado em candidatos do MDB, mas encontrou na aliança de Daniel com Caiado o motivo para ficar contra sua legenda de coração no próximo pleito.
Andre Miranda fez questão de manter Maguito na conversa, destacando que o ídolo não adotaria a postura adesista atual e decretou que Daniel perdeu seu voto e admiração
Para Sueli Alves, Daniel não aprendeu nada com o pai:
Daniel foi candidato a governador em 2018 e fez uma das melhores campanhas de contraponto a Caiado e, passado o pleito, assumiu uma postura crítica ao democrata, inclusive com vídeos sarcásticos, se oferecendo para ensinar o governo como fazer o que precisava ser feito.
Isso foi lembrado pelos internautas que não engoliram a mudança repentina e inexplicável:
Já liderando as pesquisas de intenção de votos em algumas regiões do estado e o mais citado como potencial adversário de Caiado, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (MDB), foi muito lembrado nos comentários:
A observação de Albérico Luiz aponta justamente para a incompreensão dos emedebistas sobre o motivo do partido não lançar, ou no mínimo aguardar mais para considerar melhor a viabilidade da candidatura própria diante das possibilidades de Mendanha.
O prefeito de Aparecida teve o dobro e mais a metade da somatória dos votos de todos os outros prefeitos emedebistas eleitos em 2020, com 95,81% dos votos válidos no pleito em que foi reeleito. Com esses números, na região metropolitana Mendanha é comparado, por exemplo, ao ex-prefeito de Colatina/MG, Sérgio Meneguelli.
Interlocutores do próprio Daniel Vilela dizem que a decisão de se aliar ao governador foi açodada e avaliam que isso pode fortalecer Mendanha, enfraquecendo a ele próprio, que lá na frente corre o risco de ser trocado por algum político com maior capital eleitoral, como é o caso do presidente da Alego, Lissauer Vieira (PSB).
“Tinha que ter deixado mais para frente, tinha que ter deixado o Mendanha agir, se desidratar para depois justificar (a aliança com Caiado)“, disse um vilelista que pediu anonimato e completou:
“Agora o pessoal da base vai perguntar o motivo e não vai entender. E se agente fica fraco, Caiado não vai pensar duas vezes em rifar a gente lá na frente, quando a gente não vai mais ter o que fazer, e podemos acabar apenas balançando bandeira. Pensando nisso os candidatos a deputado, que não são bobos, podem colocar o amor pelo partido no bolso e debandar para o Gustavo (Mendanha).”
Veja mais comentários feitos na postagem do presidente do MDB, Daniel Vilela: