No mesmo dia em que a Fiesp (Federação da Industria de São Pulo) voltou atrás na iniciativa de se manifestar em defesa da democracia, sete entidades do agronegócio divulgaram nota conjunta em que manifestam sua preocupação com a crise institucional pela qual o Brasil atravessa.
“Somos uma das maiores economias do planeta, um dos países mais importantes do mundo, sob qualquer aspecto, e não nos podemos apresentar à comunidade das Nações como uma sociedade permanentemente tensionada em crises intermináveis ou em risco de retrocessos e rupturas institucionais“, diz um trecho do documento que completa:
“O Brasil é muito maior e melhor do que a imagem que temos projetado ao mundo. Isto está nos custando caro e levará tempo para reverter.“
Recentemente, setores do agronegócio firam associados ao radicalismo político, o presidente da Aprosoja Brasil (Associação dos Produtores de Soja), Antônio Galvan, por exemplo, chegou a depor na Polícia Federal, suspeito de financiar atos contra o STF (Supremo Tribunal Federal), porém a Nota indica que se o envolvimento for verdadeiro, trata-se de um caso isolado.
O documento é assinado pela Abag (Associação Brasileira do Agronegócio), Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), Abisolo (Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal), Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), Abrapalma (Associação Brasileira de Produtores de Óleo de Palma), Sindiveg (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal) e Croplife Brasil.
A carta aberta diz ainda que as entidades estão preocupadas com os atuais desafios à harmonia político-institucional e, como consequência, à estabilidade econômica e social em nosso país e cita indiretamente os movimentos do presidente Jair Bolsonaro de inflar os protestos de 7 de setembro.
“Somos responsáveis pela geração de milhões de empregos, por forte participação na balança comercial e como base arrecadatória expressiva de tributos públicos. Assim, em nome de nossos setores, cumprimos o dever de nos juntar a muitas outras vozes responsáveis, em chamamento a que nossas lideranças se mostrem à altura do Brasil e de sua História agora prestes a celebrar o bicentenário da Independência“, diz o texto.
Por fim o texto publicado na segunda-feira (30) cobra de lideranças brasileiras que se mostrem “à altura do Brasil” e critica a “politização ou partidarização nociva”, que tem potencial para agravar os problemas enfrentados pelo país.