A Superintendência de Vigilância em Saúde de Goiás (SUVISA) determinou nesta quarta-feira (27) o fechamento da UPA do Marajó, em Valparaíso de Goiás.

De acordo com resposta do órgão ao Jornal, “a UPA de Valparaíso de Goiás foi interditada após vistoria da Vigilância Sanitária Estadual, na qual foram verificadas irregularidades que colocavam os pacientes e os trabalhadores da unidade em risco.”
A informação oficial desmente a publicação do governo Pábio Mossoró (MDB), que em seu site deu a entender que o fechamento teria sido uma decisão administrativa e planejada, para dar andamento na reforma pela qual a unidade está passando.
Administradores em saúde próximos, que pediram anonimato “para não polemizar com colegas”, são unânimes em dizer que as obras na UPA de Valparaíso estariam “no mínimo desorganizadas”, pois com planejamento verdadeiro daria para executá-las sem interromper o atendimento.
"Nós aqui reformamos a nossa maior unidade de saúde sem fechar um único dia e sem deixar um traço de pó onde os profissionais e pacientes estavam", disse um gestor próximo, que completou: "Fizemos uma obra com o custo muito mais baixo e escalonada. Quando terminava de um lado, abria, isolava o outro, e dava continuidade."
"A gente já acompanhou intervenções muito maiores e mais complexas que essa da Upa aí de Valparaíso. Quem não lembra do que foi feito no Hospital de Santa Maria. A gente tinha pacientes de um lado do corredor e obra do outro e até o barulho era praticamente isolado, os contratempos eram poucos. As coisas no Marajó estão no mínimo desorganizadas", disse outro administrador da área de saúde que também preferiu não ser identificado
A UPA do Marajó é uma das três unidades de atendimento 24 horas da cidade, responsável por mais 20% de todo atendimento de emergência da região, e está localizada respectivamente a 6,6 e 10 quilômetros de distância do Centro de Atendimento Integrado à saúde (CAIS) e do Hospital Municipal (HMV), ambos do outro lado da cidade.
Questionada sobre a informação de que o fechamento da Unidade é resultado de irregularidades encontradas pelo órgão de vigilância estadual e não de um planejamento da obra, as secretarias municipais de Saúde e de comunicação não se manifestaram.