O vereador Paulo Brito (PSC) foi preso na manhã desta quinta-feira (02), no âmbito da investigação do suposto o esquema de corrupção montado durante o governo do prefeito Pábio Mossoró (MDB) e da vice Zeli Fritsche (PRTB) para fraudar débitos tributários.

De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público (MP-GO), Paulo Brito e outros teriam se juntado em uma “organização criminosa” entre os anos 2019 e 2021 para abordar mutuários com dividas tributárias junto ao município e cobrar-lhes propina em troca da baixa fraudulenta desses débitos.
O mandado de prisão expedido juiz Gustavo Costa Borges, é fundamentado pela denúncia de uma testemunha, que relatou ter sido ameaçado pelo vereador Paulo Brito no dia 24 de maio recente, em um posto de gasolina, para que a mesma não denunciasse fraude cometida em 2020.
À época, a testemunha teria recebido a baixa irregular de R$ 3 mil em dívidas tributárias em troca de uma propina de R$ 1,5 mil, paga por um credor que lhe devia e tinha conhecimento do suposto esquema de corrupção. Acontece que o débito foi reativado após a repercussão das denúncias, agora no valor de R$ 9 mil.
Paulo Brito tinha contra si também o fato de que, durante uma busca realizada pela Políca Civil em sua residência, foram encontrados volumes de processos relativos às denúncias, subtraídos da Superintendência de Receita Tributária ilegalmente.
Além do vereador, a fiscal de tributos, Bruna Mousinho, voltou a ser presa por ter desrespeitado medidas cautelares expedidas após a revogação da sua primeira prisão. Ela teria ido ao encontro da mesma testemunha para devolver os R$ 1,5 mil cobrados como propina em 2020.
Veja a íntegra do mandado de prisão:
O Jornal não consegui o contato das defesas de nenhum dos acusados.
Relembre o caso:
As investigações foram iniciadas após a divulgação pela imprensa, de vídeos onde o vereador Paulo Brito, à época apenas servidor público da Superintendência de Receita Tributária da cidade, é flagrado supostamente cobrando propina de R$ 30 mil a um empresário, em troca da baixa de uma dívida de R$ 180 em tributos.
Na sequência, o proprietário da funerária Boa Esperança, Fernando Viana, que fez a gravação, afirmou em entrevista coletiva, que o prefeito Pábio Mossoró tinha conhecimento dos crimes, ao menos desde 2019, pois teria se desviado do assunto quando foi alertado.
Entre os denunciados, estão dois servidores nomeados em cargos de confiança pelo prefeito Pábio Mossoró, Gesivaldo franco e Wellington Lacerda, que é irmão do vereador Wallyson Lacerda, também membro da base governista na Câmara Municipal de Valparaíso.